Uma das características mais importantes da revolução digital – e talvez uma das menos abordadas pelos observadores da cena social graph – é o desaparecimento lento e gradual da noção de fronteiras na consciência mundial.
Vivemos conectados com pessoas de todo o mundo, levando na palma de nossas mãos tweets de personalidades de todo os continentes, postagens de páginas dedicadas a todo e qualquer tipo de tema, quer sejam locais ou globais, além da facilidade de acesso instantâneo a uma infinidade de palestras, cursos ou reuniões virtuais através do Livestream, Hang Out e congêneres.
Isso causa em nós a sensação de sermos seres “ virtualmente” globais, protagonistas de cenas que estão se desenrolando em qualquer canto do planeta e que estão sendo captados ou relatados por pessoas comuns como nós. Assim podemos nos solidarizar com causas humanitárias, sentindo na pele as tristezas de um assassinato na escadaria de uma Catedral, as glórias de uma conquista científica no laboratório de uma Universidade na América e a urgência de um problema como a fuga em massa de pessoas desesperadas para o continente europeu.
Num dos think tanks virtuais que participo, nessa mesma internet instantânea e colaborativa, já se discute os reflexos que esse estado de coisas deverá causar na diplomacia das nações nos próximos dez anos, exigindo dos seus corpos diplomáticos uma atuação cada vez maior nas mídias sociais para comunicar e intervir no desdobramento natural dos fatos junto à opinião pública global.
No campo da saúde a quebra de velhas barreiras também vem acontecendo, mas de outras formas.
Com o boom de soluções digitais dos últimos cinco anos, já começaram a surgir sinais de trégua nas fronteiras que foram construídas entre os cidadãos e seus provedores de saúde. O grande mérito do infográfico dessa semana, criado pela Accenture, é capturar esse momentum de forma bela e esclarecedora.
Ele nos mostra que aplicativos de saúde utilizados por leigos estão cada vez mais próximos das zonas de regulamentação antes válidas apenas para sistemas utilizados por médicos, enquanto que os sistemas médicos estão cada vez mais próximos das práticas de usabilidade utilizadas apenas quando os usuários finais eram leigos no assunto saúde.
Com isso a entidade regulamentadora dos EUA já vem notando um crescimento de 21% ao ano na aprovação de soluções digitais dedicadas à saúde – e espera que esse número triplique nos próximos três anos.
Da mesma forma que os diplomatas estão enxergando a necessidade de atuar de forma complementar, utilizando recursos digitais num mundo em rápida transformação, o mesmo deverá acontecer no interior dos bunkers dedicados a validar o que é (e o que não é) efetivo para melhorar nossa condição de saúde nessa realidade nova e cheia de energia criativa.
Divirtam-se!
Quer mais infográficos? Acompanhe o Istvan Camargo.