Os brasileiros utilizaram o Sistema Único de Saúde (SUS) e a saúde suplementar para a realização de 2,4 bilhões de exames em 2023, uma alta de 11% em comparação ao ano anterior. Os dados fazem parte do Painel ABRAMED, apresentado pela entidade durante o Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS). Metade dos exames (1,2 bilhão) foi realizado pelo setor privado – aumento de 10% em relação a 2022.
Nos últimos seis anos, período no qual há o acompanhamento feito pela entidade, a tendência de alta na demanda por exames só não foi vista em 2020, no auge da pandemia. Entre 2018 e 2023, o volume de exames realizados no setor privado cresceu 40%.
“A alta contínua na busca por exames diagnósticos é reflexo de mudanças na sociedade e na medicina. O Painel ABRAMED traz dados importantes sobre a saúde no Brasil, permitindo uma análise detalhada do setor”, destaca Ademar Paes Júnior, sócio da Clínica Imagem, membro do Conselho da Abramed e CEO da LifesHub.
Ele ainda cita alguns fatores que explicam porque a alta deve seguir nos próximos anos, sendo o primeiro deles o fato de os exames – precisos e detalhados graças às novas tecnologias – serem ferramentas cada vez mais importantes na prática médica. “Além disso, há o envelhecimento da população; a maior incidência de doenças crônicas, como os problemas cardiovasculares e diabetes, que exigem acompanhamento próximo, e até a preocupação crescente com a prevenção, que impulsiona a busca por diagnósticos precoces”.
A alta no número total de exames realizados não fez a medicina diagnóstica pesar mais nos custos das operadoras de saúde suplementar. Em 2018, os procedimentos diagnósticos representavam 22,9% das despesas. Em 2023, esse percentual caiu para 21,1%. Em paralelo a certa estabilidade nos preços dos exames, pesou na conta a alta das despesas com consultas, gases medicinais, órteses e próteses, entre outros equipamentos e insumos necessários para o atendimento ao paciente.