Falta menos de um mês para a 10ª edição do HIS - Healthcare Innovation Show, o principal evento de tecnologia e inovação em saúde da América Latina. O evento reunirá grandes nomes do setor e, para iniciar as discussões, convidamos alguns especialistas já confirmados para compartilhar uma prévia do que podemos esperar.
Nesta semana, o Saúde Business conversou com Istvan Camargo, Chief Innovation Officer do Grupo Sabin, sobre inovação, healthtechs e tecnologia. Istvan é um dos curadores e moderadores do Palco Comunidade Healthtech.
“O público deve esperar do Comunidade Healthtech os melhores empreendedores, investidores e executivos de inovação do país discutindo as questões mais relevantes de forma absolutamente franca e direta. Como nos anos anteriores, no nosso palco não existe muito espaço para discursos chapa branca ou opiniões superficiais. Em resumo, todos deverão encontrar papo reto entre pessoas verdadeiramente skin in the game”, adianta Istvan.
Falando com um Chief Innovation Officer, não poderíamos deixar de discutir a maior fonte de inovação em saúde da atualidade, as healthtechs.
Istvan afirma estar muito otimista com o panorama atual das startups de saúde, apesar dos desafios enfrentados nos últimos anos. "Após uma fase muito difícil, que começou no pós-pandemia, enxergo uma nova geração de empresas e founders começando a surgir que me deixam muito otimista em relação ao futuro", comenta. Esse otimismo é sustentado pela percepção de que, embora muitas healthtechs tenham surgido, a seleção natural do mercado tende a prevalecer, eliminando aquelas que não agregam valor real ao ecossistema.
Para Istvan, o sucesso de uma healthtech não se baseia apenas em tecnologia de ponta ou na quantidade de investimentos recebidos. Ele acredita que, para uma startup de saúde prosperar, é essencial que o empreendedor queira melhorar a qualidade de vida e a saúde das pessoas, mesmo que não tenha formação médica. "O empreendedor que está desenvolvendo uma solução para impactar a saúde da população deve ter um autêntico desejo de cuidar de pessoas", destaca.
Além disso, ele enfatiza a importância de ter um profundo conhecimento do segmento de saúde em que se deseja atuar, dada a natureza fragmentada e altamente regulada desse setor. Ainda reforça a necessidade de montar um time diversificado, com especial atenção às competências em Healthcare Business Development, um diferencial que pode ser decisivo para o sucesso de uma healthtech.
Questionado sobre as oportunidades para healthtechs em mercados emergentes, Istvan foi direto: as melhores oportunidades estão nas soluções que resolvem problemas reais e que têm o potencial de impactar positivamente a vida de pacientes, pagadores e prestadores de serviço, sem comprometer a sustentabilidade do setor.
Além das healthtechs, grandes empresas também não querem ficar para trás no quesito inovação. Segundo Istvan, há diversos desafios que elas enfrentam para fazer isso acontecer. “Penso que, em todos os casos, sempre existirá a necessidade de respaldo em uma tese de inovação sólida, claramente comunicada e muito bem alinhada com a estratégia do negócio”, diz.
Para isso, é possível se apoiar nas tendências tecnológicas. O curador apontou que uma das ferramentas mais transformadoras é a inteligência artificial (IA). Ele mencionou que, além da IA, tópicos como interoperabilidade e cibersegurança continuarão a ser cruciais. “Essas tecnologias não apenas facilitam processos, mas também criam novas oportunidades para oferecer cuidados mais personalizados e eficazes,” afirma.
“Do ponto de vista da inovação, tudo indica que devemos esperar novas formatações de serviços e rearranjos entre negócios, visando criar novas propostas de valor para pacientes e empresas. Isso sem esquecer o crescente uso da genômica no apoio ao diagnóstico, a utilização de técnicas não invasivas para triagem e predição de riscos, e o desenvolvimento e a aplicação de novos tipos de terapias”, completa
Em relação ao que o público pode esperar das palestras que ele irá mediar no HIS, Istvan mostrou entusiasmo com as discussões que irão acontecer. Tópicos, como o perfil ideal do founder de uma healthtech e Product-Market Fit (PMF), estarão no centro das conversas, contando com a presença de especialistas renomados. “As discussões serão ricas e profundamente relevantes para quem quer entender os rumos do setor,” diz Istvan.
“O HIS é um evento que já conquistou seu espaço no calendário oficial do setor e está indo para sua décima edição. Toda comunidade de saúde passa por lá, não dá para ficar de fora. É uma passagem obrigatória para todos os atores do ecossistema”, finaliza.