Arnaldo Jabor, comentarista da TV Globo, fez a Conferência Magna do evento e falou sobre Cenário Político. Em sua brilhante palestra fez um panorama sobre a atual conjuntura política que o país está passando e quais as são possibilidades futuras. Otimista, acredita que com as recentes prisões de políticos e empreiteiros envolvidos com o mensalão e os desvios da Petrobrás – investigados pela operação lava-jato da Polícia Federal – o Brasil está passando por uma mutação histórica extremamente importante, para melhor, com o surgimento de uma nova cidadania.
Na sequência, a palestra OPME – Panorama Atual e Perspectivas, exposta por Pedro Ramos, diretor da Abramge, contou com balanço das ações iniciadas em reunião realizada na sede da Abramge em julho de 2014, onde se decidiu em reunião com diversas entidades da saúde suplementar, que era preciso atuar contra a máfia das próteses que lesa os sistemas público e privado de saúde. Entre os resultados apresentados estão mais de duas horas de exibição de notícias televisivas de âmbito nacional, mas de 300 notícias (entre impressas e onlines), a criação de três CPIs (Câmara dos Deputados, Senado Federal e Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul), elaboração de diversos projetos de leis (PL) – com destaque para o de criminalização de condutas da máfia das próteses, como superfaturamento e indicação de cirurgias desnecessárias – e as prisões ocorridas em Montes Claros, Minas Gerais.
Pedro Ramos afirmou ainda que ainda há muito por vir, pois devido os acordos de delações premiadas as investigações da Polícia Federal continuam. Para finalizar garantiu: "ocorrerão prisões em todo o Brasil".
No talk show Desafios da Saúde Suplementar Antonio Carlos Abbatepaolo, diretor executivo do Sistema Abramge/Sinamge/Sinog, iniciou o debate retratando a importância do mercado de planos de saúde, terceiro maior desejo do cidadão brasileiro – de acordo com recente análise realizada pelo IBOPE Inteligência – que apontou também: 75% dos beneficiários estão "satisfeitos ou muito satisfeitos" com seus planos de saúde. Na continuação demonstrou que, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), pela primeira vez na história, desde que a agência reguladora foi criada no ano 2000, houve queda do número de beneficiários de planos médico-hospitalares, com perspectiva de encerrar o ano com índice negativo.
No mesmo painel, Albucacis de Castro Pereira, representante da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), fez extensa exposição sobre as dificuldades encontradas pelos comerciantes em continuarem pagando a crescente conta decorrida dos planos de saúde, que atualmente alcançam entre 13 e 15% das despesas empresariais. Segundo ele, acredita que é preciso alterar o modelo de remuneração dos prestadores acomodados em receber sem demonstrar qualitativamente as vantagens de seus serviços, avaliar melhor a incorporação de novas tecnologias que corroboram para o aumento dos custos. Encerrando afirmou ser preciso a cadeia da saúde suplementar encontrar um meio de todos ganharem, com foco no consumidor, que não está mais conseguindo pagar pelo plano de saúde.
Reinaldo Scheibe e Geraldo Lima comentaram que as operadoras também estão preocupadas com os custos administrativos, mas também com os altos valores das multas aplicadas pela ANS e a grande demanda gerada pela ininterrupta regulamentação do setor.
José Carlos Abrahão, diretor-presidente da ANS, disponibilizou-se a ouvir todos os envolvidos na cadeia da saúde suplementar para tentar melhorar a situação do setor. Assegurou que a agência está preocupada com a condição, principalmente dos consumidores, mas sem esquecer de prestar a devida atenção aos demais envolvidos do segmento de saúde suplementar. Afirmou que o setor precisa urgentemente sentar para discutir um novo modelo de remuneração, pois do jeito que está não da mais. E avisou que se o setor não se acertar, a agência irá interferir nesta negociação. "O foco é melhorar o atendimento do consumidor", concluiu.
Encerrando o dia, o filósofo, escritor e ensaísta Luiz Felipe Pondé, fez uma excelente palestra sobre o Cenário Social brasileiro e disse que, há quatro ou cinco anos, o país tem passado por importante transição democrática com o apoio de pessoas jovens, que possuem uma mentalidade mais liberal, aberta a novos conhecimentos e experiências; e encerrou: "uma democracia é feita por pessoas, mas garantida por instituições".