HIS 2024: Paula Mateus aponta fintechzação da saúde para um futuro sustentável
15/08/2024

Estamos na contagem regressiva para o HIS – Healthcare Innovation Show, que ocorre nos dias 18 e 19 de setembro, no São Paulo Expo. A cada semana, o Saúde Business, portal de conteúdo oficial do HIS, faz um aquecimento, com nomes de peso já confirmados no principal evento de tecnologia e inovação em saúde da América Latina. 

Hoje é a vez da investidora e conselheira Paula Mateus. Com vasta experiência como executiva em grandes grupos de saúde e fintechs, sua trajetória inclui a fundação e liderança de startups voltadas para o mercado de saúde, além de investimentos estratégicos em empresas que conectam o setor financeiro ao de saúde.  
 

Apesar de ter uma rede de apoio que permitiria viver confortavelmente, cozinhando ou mexendo na horta – dois de seus prazeres na vida –, a médica e cirurgiã de formação escolhe liderar projetos desafiadores e com impacto social, mostrando que seu propósito de vida está em fortelecer o setor da saúde.  

Não à toa tem se destacado como uma referência ao explorar a interseção entre serviços financeiros e saúde. Paula afirma que não basta apenas identificar os problemas da falta de sustentabilidade – conhecidos por muitos – é preciso começar a implementar soluções reais. 

No Palco Estratégia e Liderança, ela conduzirá um painel de debates sobre como o endofinance pode contribuir, de forma significativa, para a sustentabilidade e eficiência do sistema de saúde no Brasil. Também participação da discusssão Jimmy Lui, superintendente de Inovação e Corporate Venture Capital do Banco Votorantim; Carlos Benitez, CEO do BMP e Marcelo Silva, CEO da Aditum.   
 

Fintechzação da saúde 

“Endofinance é a prática de tornar sua empresa o próprio banco de todo o seu ecossistema, com todos os serviços financeiros e bancários incorporados, atendendo as necessidades de todos os stakeholders, internos e externos.  De uma maneira mais soft é a fintechizaçao da operação”, explica Paula.  

Essa prática consiste em transformar uma empresa em seu próprio banco, incorporando uma gama completa de serviços financeiros, como contas digitais, crédito, meios de pagamento, entre outros, diretamente dentro de suas operações. Este movimento já mostrou o impacto no mundo dos marketplaces, por exemplo. Cases do Ifood e do Mercado Livre são a prova viva de como o endofinance é efetivo. 

No setor de saúde, porém, o conceito ainda está em fase embrionária. Paula Mateus, também conhecida no setor como designer de negócios, estuda a viabilidade e as aplicações do endofinance na saúde. De antemão, ressalta a complexidade de implementar essa inovação em um setor tão complexo e desafiador como o da saúde.  

“O sucesso do endofinance depende de uma combinação estratégica de conhecimento profundo sobre a operação de saúde e expertise em serviços financeiros”, afirma Paula, que ilustra essa integração com a analogia da ‘mão aberta’. “Para que o endofinance funcione, ele deve ‘encaixar’ perfeitamente no setor, sem provocar rupturas ou sobrecarregar o sistema existente”, complementa. 

De forma prática, o endofinance propõe que cada instituição de saúde tenha o próprio banco, internalizando operações financeiras e criando novas fontes de receita. Esse movimento não só evita a terceirização de serviços para bancos tradicionais, mas também transforma o que antes era um custo em um ativo lucrativo. 

Tecnologia para gerar confiança 

A aplicação de tecnologias avançadas, como blockchain e inteligência artificial, é vista como um componente vital do endofinance no setor de saúde. Paula explica que o blockchain, por exemplo, tem o potencial de revolucionar o ciclo de receita e os processos administrativos na saúde, tornando-os mais transparentes, auditáveis e eficientes. A tecnologia de smart contracts, possibilitada pelo blockchain, pode criar um ambiente onde as transações financeiras são automáticas, imutáveis e livres de negociações conflitantes, essencial em um setor tão dependente da confiança. “O blockchain, em simples palavras, é a digitalização da confiança”, pontua.  

A palestrante também aponta que a convergência entre Open Finance e Open Health será um marco importante para o futuro da saúde no Brasil. Essa integração permitirá que dados financeiros e assistenciais sejam compartilhados de forma segura e eficiente, reduzindo custos e melhorando a sustentabilidade geral do sistema de saúde. Ela acredita que o verdadeiro impacto será sentido quando esses dois movimentos se unirem, criando um sistema de saúde mais integrado, transparente e sustentável. 

Mas até que essa união ocorra, ainda há muito para caminhar. O setor está diante de uma oportunidade única de transformação, desde que as decisões certas sejam tomadas e os parceiros certos sejam escolhidos. Para alcançar o sucesso, é necessário adotar uma abordagem estratégica e ética, que priorize a sustentabilidade e o bem-estar de todos os stakeholders. 





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