O que analisar na hora de contratar um plano de saúde?
31/08/2015

O benefício saúde é um dos itens que mais pesa nos custos de uma empresa, por isso é preciso ter muito cuidado na hora de contratar ou trocar de plano de saúde. Além da escolha correta, é preciso investir em campanhas para incentivar os colaboradores a usá-lo de forma consciente.

O primeiro passo é conhecer o perfil de seus colaboradores em detalhes. Esses dados ajudarão a escolher o plano de saúde mais adequado, além de contribuir para a empresa desenvolver ações focadas em promoção da saúde.

Ao planejar a aquisição de um plano de saúde ou mesmo a migração do benefício para outra empresa, é preciso fazer uma análise contemplando diversos itens como: o tipo de operação (seguradoras, medicinas de grupo, empresas de auto-gestão ou cooperativas); reputação na Agência Nacional de Saúde (ANS); abrangência e qualidade da rede credenciada; valor do reembolso; e políticas para tratamento de doenças pré-existentes, como câncer, doenças crônicas e autoimune.

É preciso analisar bastante antes de definir o formato de contratação, levando em consideração o impacto de cada modelo. Por exemplo, o plano contributário, que tem desconto parcial do valor na folha de pagamento, pode reduzir o custo à primeira vista, mas implica ao empregador oferecer a continuidade do benefício no caso de demissão sem justa causa ou aposentadoria. No médio e longo prazos, isso poderá gerar um passivo para a empresa e necessidade de provisionamento, com impacto direto no caixa.

Uma vez contratado o plano, a empresa precisa investir em um trabalho de conscientização sobre sua utilização. O uso inadequado do benefício eleva a sinistralidade e, consequentemente, o valor da mensalidade. O foco tem que ser na saúde, e não na doença. Ou seja, além de investir em programas de prevenção contra doenças, é preciso manter o colaborador com hábitos saudáveis.

Outro ponto é conscientizar que apesar do benefício ser coletivo, o mau uso individual traz impacto para todos os envolvidos (veja se fica melhor assim). A utilização errada encarece o plano de saúde. As pessoas não compreendem, ou talvez não se importem, que o plano pertence a uma grande comunidade e que a ação delas prejudica ao outro e a si mesmas.

Estudo conduzido pela AzimuteMed em uma carteira empresarial com 2.350 vidas revela que 13,55% usam o plano de saúde de forma abusiva, o que gera um sinistro anual por pessoa no valor de R$ 2.677,71, quando a média do mercado gira em torno de R$ 906,96. Por outro lado, 13% não utilizam o plano, o que indica total ausência de ações de prevenção nesse grupo. A pesquisa foi feita entre maio de 2012 e abril de 2013, em uma população com 1.183 homens e 1.167 mulheres. Do total, 28.06% são titulares do plano de saúde e o restante é dependente.

A alta sinistralidade também está presente entre os doentes crônicos, portadores de doenças como diabetes e hipertensão, e que representam 14% da população. A média anual de gasto por vida gira em torno de R$ 2.480,42.

No caso dos doentes crônicos, é comum o paciente abandonar o tratamento e como, consequência, a doença sai do controle e surge a necessidade de ir ao pronto atendimento, com explosão dos custos e deterioração da qualidade de vida.

Para este grupo de pessoas é importante a conscientização a respeito da doença, o que pode ser feito através de um programa de monitoramento. Ao cuidar de cada um deles de maneira diferenciada, mostrando a importância de entender melhor sua doença e de tomar a medicação correta, entre outras ações, o doente crônico passa a fazer uso do plano de saúde de forma inteligente.

Outro dado alarmante é que as pessoas não estão fazendo exames preventivos de patologias oncológicas. Na carteira analisada, das 592 mulheres ativas elegíveis, entre 25 e 29 anos, 55,41% não efetuam o exame de prevenção de câncer de colo de útero. Já entre as acima de 50 anos (175 vidas), 38,29% não fazem exames de câncer de mama. Entre os homens (196 vidas), 46,43% não realizam exame de próstata

Não usar o plano de saúde também é um problema sério. Cerca de 13% das vidas analisadas (123 homens e 56 mulheres) não fizeram uso do plano de saúde por um período de dez meses ou mais. Desse total, pelo menos 47 vidas com idade acima de 34 anos deveriam ter usado o benefício para ações de prevenção (exames, consultas, check-ups).

Para mudar este cenário de mau uso do plano de saúde e da falta de conscientização da prevenção, as pessoas deveriam buscar um médico de confiança, um profissional que possa atendê-las nas horas críticas.

Outra solução é recompensar quem se cuida. O mercado deveria pensar em formas de premiar aqueles que fazem bom uso do plano de saúde. As empresas deveriam oferecer bônus aos funcionários que têm boas condutas em relação a sua saúde.

*Luciana Lauretti é sócia da empresa de saúde AzimuteMed 





Obrigado por comentar!
Erro!
Contato
+55 11 5561-6553
Av. Rouxinol, 84, cj. 92
Indianópolis - São Paulo/SP