Digitalização não compromete eficiência da Atenção Primária à Saúde
02/08/2024

Uma experiência de 18 meses com acompanhamento de 1162 pessoas comprova que a digitalização de atendimentos não compromete a eficiência da Atenção Primária à Saúde (APS). Iniciado em dezembro de 2022, o trabalho inclui a segmentação do público atendido e a definição de linhas de cuidado com apoio de equipes de enfermagem e de médicos da família. “A partir da organização inicial, a definição de rotinas de atendimento online e de ações de reforço na conscientização sobre a importância da vida saudável são essenciais para o sucesso desse formato de atendimento”, diz o CEO da Salvia – Saúde Corporativa, Guilherme Hahn, que vai falar sobre o tema em painel no Conarh, no dia 29 de agosto.
 

O ponto de partida do projeto foi uma avaliação dos pacientes por profissionais de enfermagem que dividiram o público em grupos a partir de condições de saúde que podem ser monitoradas. Do total de participantes, 35% estavam com sobrepeso, 21% eram obesos e 11% estavam abaixo do peso ideal. Os hipertensos eram 15% do total e os fumantes, 4%. Um terço dos entrevistados consumiam álcool pelo menos uma vez por semana e 5% eram diabéticos. Apenas 40% tinham tomado todas as vacinas.

A partir dessa segmentação, a equipe responsável pelo projeto fez ligações periódicas de acompanhamento, agendou consultas e deu orientações para realização de exames e mudança de hábitos. No total, foram 1864 consultas de enfermagem e 1505 consultas médicas realizadas na APS Digital. No serviço de telemedicina, foram mais 283 consultas de urgência ou emergência. Em média, cada consulta resultou na indicação de 2,4 exames por paciente – e o índice de resolutividade alcançou os 96%. “O fundamental é mudar a forma de encarar o problema. Todo o esforço é para antecipar diagnósticos e tratamentos, reduzir complicações e promover a saúde, em vez de tratar doenças”, diz Hahn.

Para verificar o alcance da estratégia, o levantamento analisou indicadores de cobertura de exames preventivos essenciais. No caso da mamografia, 90% das mulheres com idade entre 50 e 69 anos realizaram o procedimento (a recomendação da OMS é de cobertura de pelo menos 70% do público-alvo). O rastreamento de câncer de cólo do útero foi feito por 95% das mulheres (acima do índice previsto) e o de câncer de colorretal, por 37% dos pacientes (indicador que carece de melhoria).

O programa contou ainda com a realização de webinars e de um desafio de estímulo à prática de atividades físicas, com cursos para gestantes, com mesas redondas para debate sobre temas relacionados ao bem-estar e com o envio de mais de 60 conteúdos sobre saúde para a lista de participantes. “A experiência mostra que o modelo de APS 100% digital é viável e comparável aos modelos presenciais e híbridos em termos de qualidade do cuidado. A tecnologia pode ser uma poderosa aliada para melhorar o acesso e a qualidade do atendimento primário”, diz Guilherme Hahn, da Salvia – Saúde Corporativa.





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