Uma recente pesquisa da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos com suas associadas revelou que 85% das empresas que atualmente operam exclusivamente no mercado brasileiro pretendem iniciar exportações a partir de julho. Esse dado destaca o grande potencial da indústria de dispositivos médicos no Brasil, que está expandindo suas relações comerciais com mercados internacionais.
Os resultados positivos das exportações brasileiras de dispositivos médicos, que totalizaram US$ 247,6 milhões apenas no primeiro trimestre deste ano, são uma das principais razões por trás desse interesse crescente. Além disso, a exportação é uma estratégia eficaz de diversificação de mercado, reduzindo os riscos associados à dependência exclusiva do desempenho no mercado nacional. Com o aumento da concorrência local, tanto de produtos nacionais quanto importados, a exportação se apresenta como uma alternativa viável para manter a sustentabilidade financeira das empresas. A valorização do dólar, por exemplo, torna as exportações mais atrativas, pois a moeda estrangeira proporciona um ganho maior na venda dos produtos.
Atuar no mercado internacional exige que as empresas façam adaptações em seus produtos e padrões de produção, o que pode resultar em um diferencial de qualidade e competência no mercado nacional. Portanto, ao exportar, as empresas não apenas se protegem contra as variações do mercado interno, mas também se tornam mais competitivas em relação às empresas que não comercializam no exterior.
Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino dos dispositivos médicos nacionais, refletindo o grande mercado consumidor do país e sua busca por produtos de alta qualidade e tecnologia avançada. "Além disso, países da América Latina como Argentina, México, Colômbia e Chile também se destacam, representando 40% do total de aquisições de produtos brasileiros. É importante observar também a presença da Europa, onde a Bélgica se destaca como o terceiro principal destino das nossas exportações", comenta Larissa Gomes, gerente de Projetos e Marketing Internacional da ABIMO.
Entre as participantes da pesquisa, 44% são empresas do segmento médico-hospitalar, 16% fabricam produtos odontológicos, 15% produzem materiais de consumo, 16% atuam no segmento de implantes, e os 9% restantes estão nos segmentos de reabilitação, laboratório e radiologia. A maioria dessas empresas concentra suas atividades em São Paulo (74%), mas há também representantes do Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e outros estados.