A importância de um cuidado contínuo e personalizado na saúde não pode ser subestimada. Trata-se mais do que simplesmente cuidar de doenças, pois esse tipo de abordagem reconhece a singularidade de cada indivíduo e busca promover não apenas a ausência de enfermidades, mas também o bem-estar físico, mental e emocional.
Dados da pesquisa promovida pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, em parceria com o Qualibest, apontam que 76% dos entrevistados não fazem acompanhamento médico para a saúde mental. De acordo com o estudo, apesar do número elevado de pessoas que não realizam acompanhamento, 39% se auto qualificam com a saúde mental boa. Como reflexo da ausência do cuidado, 34% da amostra revela a saúde mental como regular, ruim ou muito ruim, enquanto 26% dos brasileiros avaliam como muito boa.
A medicina contemporânea tem avançado de maneira impressionante, com descobertas científicas e tecnológicas que possibilitam diagnósticos mais precisos e tratamentos cada vez mais eficazes. No entanto, em meio a esse progresso, é crucial lembrar que os pacientes não são apenas casos clínicos, mas sim seres humanos com histórias de vida, valores, preferências e necessidades únicas.
Momentos de tragédia, como o que estamos vivenciando no Rio Grande do Sul, nos trazem um sinal de alerta sobre a importância desse acompanhamento, mesmo que à distância (por telemedicina). Startups de tecnologia se movimentaram em solidariedade ao povo gaúcho, adaptando sua tecnologia de telemedicina para permitir que profissionais de diversas especialidades médicas ofereçam seus serviços gratuitamente às vítimas das enchentes.
Um cuidado contínuo e personalizado reconhece essa individualidade e busca estabelecer uma relação de confiança e parceria entre profissionais de saúde e pacientes. Isso significa não apenas prescrever medicamentos e procedimentos, mas também ouvir atentamente as preocupações do paciente, respeitar suas escolhas e adaptar o plano de tratamento de acordo com suas circunstâncias específicas.
A saúde não é apenas a ausência de doença, mas sim um estado de completo bem-estar físico, mental e social, como definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Portanto, um cuidado verdadeiramente holístico não se limita a tratar sintomas, mas busca entender e abordar as causas subjacentes dos problemas de saúde, levando em conta o contexto integral da vida do paciente.
Além de promover melhores resultados, um cuidado contínuo e personalizado também pode contribuir para a redução de custos no sistema de saúde. Ao investir na prevenção e no gerenciamento eficaz de condições crônicas, é possível evitar hospitalizações e intervenções médicas mais invasivas, resultando em economias significativas a longo prazo.
Nesse sentido, é necessário um esforço conjunto de profissionais de saúde, gestores de políticas públicas, instituições de saúde e, é claro, pacientes. É preciso investir em educação e treinamento para capacitar os profissionais de saúde a adotarem uma abordagem mais centrada no paciente, bem como reformar os sistemas de pagamento para incentivar e recompensar a qualidade do cuidado, em vez da quantidade de procedimentos realizados.
Por fim, a importância de um cuidado contínuo e personalizado na saúde vai muito além da simples prestação de serviços médicos. É um compromisso com o respeito e o bem-estar de cada indivíduo, reconhecendo sua humanidade e valorizando sua jornada única de saúde e doença. É hora de avançarmos para um modelo de saúde que não apenas trata os problemas, mas nutre e fortalece o ser humano em sua totalidade, tornando a saúde mais humana.