Durante a Hospitalar 2024, realizada no São Paulo Expo em São Paulo, especialistas e professores da escola HCX do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) debateram os desafios e avanços do setor de saúde com destaque para as temáticas envolvendo a gestão e inovação em saúde, a engenharia clínica e a saúde digital e corporativa,
A participação do HCX na 29ª edição da Hospitalar 2024, uma das maiores feiras da América Latina e que reúne todos os grandes hospitais e indústrias vinculadas ao setor de saúde, teve como objetivo atingir os participantes da feira com a apresentação dos produtos e serviços da escola, preparados e customizados justamente para esse público.
A diretora executiva do HCX, Gisleine Eimantas, afirma que, “o papel da escola é disseminar a experiência e o conhecimento que o HC tem tanto na área existencial como na área de gestão para os hospitais, indústrias e demais participantes da feira”. Estar presente na feira faz parte da estratégia de negócio da instituição que mudou recentemente sua identidade visual e logomarca e gerou a necessidade de reforçar para os seus públicos o vínculo com o HC. “Nossa expectativa é que o HCX seja conhecido realmente como parte do Hospital das Clínicas, que seja reconhecido como quem faz a gestão de conhecimento e ensino do HC.
Durante os quatro dias do evento foram realizadas 15 palestras no auditório do estande do HCX montado na Hospitalar 2024, além do Simpósio Ser Integral, projeto que visa promover o bem-estar e a qualidade de vida de colaboradores no ambiente de trabalho, com a apresentação dos resultados do projeto piloto desenvolvido no próprio HC e que, também, poderá ser replicado em empresas, hospitais e instituições de saúde em geral.
Para o superintendente do HC, Antônio José Rodrigues Pereira, a presença do HC, que completou 80 anos este ano e está entre os quatro melhores hospitais públicos e privados do Brasil, é de fundamental importância participar desta edição da Hospitalar especialmente num país em que a educação ainda apresenta grande lacuna. “A educação faz parte de um dos quatro eixos do HC que engloba ensino, pesquisa, assistência e inovação e precisamos mostrar o que fazemos para a sociedade e, na verdade, é nosso dever disseminar conhecimento”, afirma.
José Pereira participou do painel sobre “ESG no HCFMUSP” ao lado da médica e professora Anna Miethke Morais, abordando a governança e a transparência dos dados do Sistema Único de Saúde, do qual o Hospital das Clínicas faz parte, com 2.700 leitos, e tem por obrigação mostrar o que está executando à sociedade. Ele ressalta que “os hospitais são grandes poluidores por causa do volume de resíduos e a quantidade de toneladas de CO2 superlativa gerada pelas instituições hospitalares, o que obriga todo o setor a agir com responsabilidade ambiental e ter uma governança eficiente a fim de contribuir de modo efetivo para a sustentabilidade do planeta”.
Inovação em saúde avança
No painel sobre inovação na saúde do HCX foram apresentados os avanços na adoção da Inteligência Artificial Generativa, especialmente na análise de diagnósticos pelo InovaHC, a revolução causada pelo sistema de Telesaúde, que explodiu no advento da pandemia da Covid-19, além do desenvolvimento de pesquisa em engenharia de tecidos e as transformações da área de saúde com a introdução da inovação digital.
Guilherme Rabello, Head de Inovação do Inova InCor (Núcleo de Inovação do Instituto do Coração do HCFMUSP) destacou que a inovação digital é um dos caminhos para a saída da crise do setor de saúde. Ele aponta a necessidade de uma reformulação do modelo assistencial já que não será possível no futuro próximo tratar todos os pacientes presencialmente; em segundo lugar, a necessidade de aumentar os investimentos em tecnologia, que não podem ser encarados como custo e sim como estratégia de redução de gasto; e em terceiro lugar acentuar a formação e capacitação de profissionais porque a tecnologia não faz tudo sozinha, é preciso que pessoas estejam continuamente avaliando, cuidando, testando e, por último, acrescenta, é preciso fomentar a indústria para trazer novas soluções, aparelhos, sistemas, softwares que permitam integrar mais o cuidado com a saúde como um todo porque hoje nós temos muitas peças soltas”, diz Rabello.