Hospitalar 2024: como a inovação e a tecnologia transformam a experiência do paciente?
27/05/2024

Inovação, tecnologia e inteligência artificial tem sido alguns dos temas mais abordados durante a Hospitalar 2024. Durante o Congresso de Hotelaria e Facilities, uma das palestras teve como foco esses pontos atrelados com a melhoria da satisfação do cliente de saúde.  
 

Ministrada pela Prof. Claudia Laselva, Diretora da Unidade Hospitalar Morumbi e de Práticas Assistenciais da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, o painel "High Tech e High Touch: Inovação e tecnologia para melhoria de satisfação do cliente de saúde" apresentou uma visão ampla de como as inovações estão impactando diretamente a experiência do cliente e na redução de danos e gastos para a instituição.  
 

Centrais de comando operacional e monitoramento assistencial 

A Central de Comando Operacional e a Central de Monitoramento Assistencial são duas das iniciativas que se destacam entre as aplicações do Einstein. Elas trabalham com análise em tempo real para melhorar o fluxo do paciente e reduzir desperdícios. 

“Nós centralizamos toda a operação hospitalar, o fluxo de pacientes, a parte de admissão, hospitalidade, de concierge, o controle de leitos é feito de maneira única e compartilhada. Toda a ação do serviço de higiene hospitalar das camareiras, do transporte de pacientes, do serviço de mensageiros, da manutenção, do serviço de ambulância e toda a gestão das escalas dos recursos assistenciais é feita de maneira centralizada”, explica Claudia.  

Usando os recursos disponíveis, a instituição conseguiu flexibilizar o uso de recursos, identificar pendências, gerar priorizações e reduzir gargalos na assistência. 

Inteligência artificial como recurso fundamental 

Um exemplo prático apresentado foi o uso da IA na unidade de primeiro atendimento, onde algoritmos preditivos ajudam a identificar pacientes que necessitam de leitos com maior urgência, reduzindo o tempo de espera em até 30%. 

Além disso, a IA também é utilizada para fazer escalas dos profissionais de saúde. Através da análise de dados históricos, cada coordenador pode estimar com precisão a quantidade necessária de profissionais em sua área de atuação. Isso possibilita uma visão clara das lacunas em áreas específicas e identifica oportunidades para a realocação ou compartilhamento de recursos entre diferentes áreas.  

A central de comando operacional é responsável pela gestão diária das escalas, contribuindo significativamente para a redução de horas extras e horas excedentes em mais de 80%, principalmente através do compartilhamento eficiente de recursos sob sua gestão centralizada. 

Tecnologia em todos os processos 

O robô TEMI surge como uma figura multifuncional, desempenhando um papel crucial na admissão de pacientes em áreas pré-cirúrgicas. Além disso, sua capacidade de proporcionar interações lúdicas é valorizada pelas crianças, tornando o ambiente hospitalar mais acolhedor e menos intimidante para os pequenos pacientes. 

Outro robô é capaz de realizar transferência de medicamentos diretamente da farmácia para o médico, tudo isso sem a necessidade de qualquer interação humana. De maneira autônoma, ele navega pelo hospital, utilizando o elevador de forma independente e interagindo com as pessoas ao seu redor. Após completar sua missão, o robô retorna automaticamente ao seu ponto de partida. 

A revolução também chega aos leitos, com 50 unidades totalmente automatizadas. Essa automação se desdobra em dois aspectos essenciais: a física e a assistencial. A primeira permite que os pacientes controlem diversos aspectos do ambiente do quarto, como persianas, ar-condicionado e iluminação, por meio de tablets. Já a segunda, facilita o acesso dos pacientes aos seus prontuários eletrônicos e a fazerem solicitações diretamente para as áreas responsáveis, reduzindo assim a necessidade de intervenção constante da equipe de enfermagem. 

No âmbito da enfermagem, a introdução de enfermeiras virtuais representa um marco significativo na monitorização de pacientes com risco de deterioração clínica. Por meio de algoritmos avançados e dados dos prontuários eletrônicos, essas enfermeiras virtuais conseguem antecipar eventos adversos e contribuir para uma intervenção mais rápida e eficaz, encurtando assim o tempo de detecção e melhorando a eficiência operacional do hospital. 
 

Outra implementação de sucesso foi a Sala de Espera Ativa, onde os pacientes fornecem informações sobre seus sintomas antes mesmo da triagem médica. Esse simples sistema tem agilizado o atendimento e melhorado a experiência dos pacientes. 

Importância do toque humano 

Entretanto, em meio as inovações tecnológicas, o Hospital Albert Einstein não perde de vista a importância do toque humano e da empatia no cuidado com os pacientes. Essa ênfase reflete-se na estratégia de incorporação da tecnologia, que visa não apenas automatizar processos, mas também liberar tempo dos profissionais de saúde para atividades que agregam valor e que são insubstituíveis, como o suporte emocional e a atenção individualizada aos pacientes. 

O impacto das tecnologias na cadeia hospitalar 

Em entrevista exclusiva, a Prof. Claudia Laselva enfatizou que a escolha criteriosa das tecnologias, com foco no paciente, é essencial para influenciar positivamente toda a cadeia hospitalar. “Então, na nossa visão, as tecnologias contribuem para melhorar a nossa eficiência operacional, a segurança e a experiência dos pacientes. É assim que nós precisamos assimilar as tecnologias”, conclui. 





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