Um dos pontos de destaque da Arena de Engenharia Clínica na Feira Hospitalar 2024, foi o painel "IA na Engenharia Clínica", que reuniu especialistas para discutir o papel da inteligência artificial (IA) na transformação dos cuidados de saúde. O debate abordou desde os avanços tecnológicos até os desafios éticos e práticos enfrentados pelos profissionais da área.
Entre os participantes estavam Pedro Galvan, residente de Conselho da Universidad Paraguayo Alemana (Paraguai); Mery Vidal, Gerente e Chefe de Departamento da ASPIC (Peru); e Franco Simini, Engenheiro Clínico representante do Uruguai na Abeclin (Uruguai).
Pedro Galvan enfatizou a importância da IA no contexto da saúde, destacando sua capacidade de desenvolver sistemas, analisar problemas e aprender novas tarefas. Ele ressaltou que a IA busca mitigar problemas, melhorar a capacidade diagnóstica, facilitar a capacitação e reduzir o tempo de pesquisa.
Como exemplo, Galvan mencionou a aplicação da IA no diagnóstico da Covid-19 no Paraguai, onde um banco de imagens com 5 mil radiografias de tórax foi utilizado para identificar rapidamente casos positivos da doença. Essa abordagem permitiu uma análise mais rápida e precisa, contribuindo para a gestão eficiente da pandemia.
“Não seria possível um profissional da saúde analisar tantos casos assim. Por isso, utilizamos a IA para desafogar o sistema de saúde. Foram 3514 pacientes entre 2020 e 2021, mais de 2000 estavam com outras patologias, só 193 era covid”, explica Galvan.
Já Franco Simini abordou as diferenças entre Machine Learning, Deep Learning, robótica e Inteligência Artificial, fornecendo insights sobre como essas tecnologias estão sendo aplicadas na prática clínica.
Mery Vidal, por sua vez, alertou para os perigos associados ao uso da IA em tecnologias médicas, incluindo governança insuficiente, ameaças de ransomware e preocupações com a confidencialidade dos dados.
Ela compartilhou resultados de uma pesquisa sobre o uso da IA na gestão de equipamentos médicos, destacando que 75% das empresas pesquisadas utilizam IA na gestão de equipamentos, com foco tanto na parte técnica como na gestão e coordenação do serviço. No entanto, nenhuma instituição respondeu afirmativamente sobre o uso de IA na gestão de equipamentos médicos.
"Os hospitais estão usando a inteligência artificial para radiologia, não para gestão. Isso é algo muito novo. Eu vejo isso como uma oportunidade, para nossa aprendizagem e dos principais fabricantes", enfatizou Mery.
Ao final do painel, ficou claro que a IA tem um papel cada vez mais relevante na engenharia clínica, oferecendo oportunidades para melhorar os cuidados de saúde, mas também levantando questões importantes sobre segurança, privacidade e ética. O desafio agora é garantir que essas tecnologias sejam implementadas de forma responsável e que tragam benefícios tangíveis para pacientes e profissionais da saúde.
Dia 22 de maio, das 14:00 às 16:15, Pedro Galvan, Mery Vidal e Franco Simini estarão na Arena de Engenharia Clínica da Hospitalar 2024 para falar sobre Engenharia Clínica na saúde Pública da América Latina. Não perca!