O último reajuste dos planos de saúde individuais ou familiares divulgado pela ANS foi de 13,55%, mais do que o dobro da inflação do ano passado. O cálculo para o índice considera a média dos reajustes dos planos de saúde coletivos que, apesar de serem estabelecidos de maneira autônoma por cada operadora, também demostram um histórico crescente nos reajustes.
Os índices refletem a inflação médica que beira os 18% em 2015, segundo projeção da Aon. Muitos fatores corroboram para este cenário de risco, como o constante surgimento de novas tecnologias, técnicas e medicamentos, aumento da sobrevida, das internações, falta de leitos, crescimento de participantes nos planos de saúde etc.
Como todos estão sentindo no bolso essa conjuntura, novos modelos de negócios começam a surgir no mercado como é o caso da SOS Consulta, que oferece consultas médicas a preços acessíveis e garantem o pagamento do médico no dia seguinte após a consulta.
Tudo é viabilizado por meio de um site, que inclui agendamentos de consultas, exames e tratamentos de baixa complexidade, sem a necessidade de uma mensalidade e sem carências. Com a plataforma, o usuário consegue localizar os prestadores de saúde mais próximos e de acordo com a especialidade.
Os sócios fundadores Rogério Aleixo e Vanderlei Lugão apostam no sucesso da iniciativa por não acreditarem na sustentabilidade do modelo atual, de fonte pagadora (operadoras de planos) de um lado e prestadores de saúde do outro. Para Lugão, diretor executivo da SOS Consulta, os médicos e clínicas vem sendo pressionados pelos planos, que pagam muito pouco pelo atendimento e demoram cerca de 60 dias para pagar o profissional.
As filas de espera para conseguir uma consulta via SUS e a retração econômica são outros fatores que deixam os executivos otimistas quanto ao negócio.
Para cumprir os fortes argumentos de agilidade no atendimento, facilidade de pagamento para o paciente e rápida remuneração do médico, os sócios fecharam parceria com uma instituição financeira, que vai financiar essa facilidade de pagamento – até três vezes sem juros no cartão ou 12 vezes com juros – e o recebimento do profissional no dia seguinte. Os valores das consultas e exames são baseados na tabela de honorários CBHPM.
De acordo com Aleixo, os preços são acessíveis, podendo chegar no máximo em R$ 150, mas contemplando um pacote de serviços.
A meta inicial do SOS Consulta é ultrapassar 195 mil consultas por ano e, consequentemente os exames gerados. “Nossa expectativa é atingir essa meta em 12 meses e dobrá-la em três anos”, disse Aleixo.