O Anahp Ao Vivo – Jornada Digital, que está abordando a eficiência operacional no setor hospitalar no mês de abril, realizou mais um encontro na última quinta-feira (18). Dessa vez, os convidados discutiram o tema “Eficiência operacional: cases de colaboração entre indústria e hospital” e concordaram com necessidade de aproximação entre os players da cadeia de saúde visando a uma cooperação mais efetiva. “A colaboração entre hospitais e indústria pode ser bem mais ampla”, destacou Evelyn Tiburzio, diretora técnica da Anahp.
Luiz Reis, diretor de Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, acredita que os dois lados são capazes de propor maneiras criativas para uma relação mais sinérgica, buscando avanço tecnológico sem desperdícios e com base na pertinência e no desfecho, sempre em favor do paciente. “A indústria tem muito a aprender com quem consome sua tecnologia, que pode fornecer mais informações sobre o que, de fato, é necessário ser desenvolvido”, afirmou.
Para ele, a parceria também precisa mirar o propósito estratégico de fomentar a pesquisa clínica no país. Caminho que poderia fazer com que o Brasil se tornasse menos dependente de tecnologia estrangeira e tivesse mais acesso a insumos e medicamentos mais apropriados para as suas necessidades específicas. “Além disso, a pesquisa estimula a capacidade crítica do corpo clínico e, principalmente, beneficia uma população que, de outra forma, não teria acesso às terapias de vanguarda, sobretudo no SUS”, complementou Reis.
Roberta Almeida, gerente de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Porto Alegre, concordou e acrescentou que as pesquisas em conjunto acabam resultando na “democratização das tecnologias”. Almeida apontou ainda a evolução no acesso de pacientes do SUS a tratamentos mais elaborados e os benefícios para a saúde suplementar. “Muitas vezes o plano de saúde está subsidiando uma tecnologia inferior àquela que o paciente pode ter acesso na pesquisa”, exemplificou.
Renato Porto, presidente-executivo da Interfarma, pegou o gancho do acesso e afirmou que as empresas buscam o desenvolvimento tecnológico sempre com o objetivo de trazer mudanças essenciais no tratamento das pessoas, e que é necessário buscar meios para que essas inovações de fato alcancem a população. Porém, ressaltou que é necessário considerar toda a jornada para avaliar com eficácia a pertinência das incorporações. “Qual é o valor de uma inovação? É um desafio no Brasil e no mundo definir a metodologia para as decisões sobre isso em toda a jornada”, provocou.
Nesse sentido, Aline Chibana, gerente do Escritório de Valor do A.C.Camargo Cancer Center, contou sobre o Comitê de Avaliação e Incorporação de Tecnologia da instituição, que é responsável por analisar e recomendar, ou não, a inclusão de novos equipamentos e medicamentos. “Não podemos levar em conta somente o impacto do custo unitário, pois há um entorno grande e a possibilidade de ocorrer ganhos de eficiência durante a jornada”, disse.
Apesar disso, para Chibana, qualquer incorporação tem que, incondicionalmente, trazer evidência científica clara e indicar os ganhos relevantes ao paciente para ser elegível ao comitê. “A condição é sempre o benefício para o paciente, senão não tem porque discutir a incorporação”, finalizou.
Anahp Ao Vivo – Jornadas Digitais
O debate “Eficiência operacional: cases de colaboração entre indústria e hospital” teve a participação de Aline Chibana, gerente do Escritório de Valor do A.C.Camargo Cancer Center; Luiz Reis, diretor de Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês; Renato Porto, presidente-executivo da Interfarma; e Roberta Almeida, gerente de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Porto Alegre. A moderação foi feita por Evelyn Tiburzio, diretora técnica da Anahp.