Seja em busca de investimento ou brand awareness, healthtechs – Lina, Brain4care, Telavita, Rapidoc, por exemplo – mostraram, no Web Summit Rio 2024, que a saúde está bastante atenta às inovações para conquistar mais eficiência/ qualidade no cuidado e garantir a sustentabilidade do negócio. Ao todo no evento, foram cerca de mil startups de 42 países, representando diversas indústrias. 

“A inovação em saúde só vai acontecer se tivermos toda a cadeia de valor conectada em prol de uma entrega melhor para o paciente”, afirma Diego Aristides, CTO do Hospital Sírio-Libanês, que esteve com um estande no evento. 
 

Inovação em saúde  

Healthtechs, como Lina, Brain4care, Telavita e Rapidoc, marcaram presença e fizeram networking. Representada pelo CEO e fundadora, Isadora Kimura, a Nilo participou de diferentes sessões, ressaltando o poder transformador da inteligência artificial na saúde, impulsionando diagnósticos mais precisos e cuidados individualizados. 

A Nilo atingiu a marca de 1 milhão de vidas em sua plataforma e comemora um crescimento exponencial, aumentando sua receita em mais de 16 vezes nos últimos dois anos.  “Possibilitamos que nossos clientes ofereçam um acompanhamento longitudinal para seus pacientes e que as equipes de cuidado possam ganhar produtividade com as automatizações e dados conectados. Tudo isso culmina em uma atuação proativa”, explica Kimura.   

Em parceria com grandes instituições da indústria médica do país, como o Hospital Albert Einstein, Grupo Fleury e Unimed Paraná, a empresa conquistou pacientes mais engajados, redução média de 62% em sinistralidade, aumento na taxa de conversão de novos pacientes e mais eficiência em produtividade, sem haver aumento de equipe.  
 

“De maneira automatizada, fazemos com que a comunicação com os pacientes flua de forma simples, a partir de uma solução integral de gestão de cuidado e relacionamento. Com o acompanhamento longitudinal, conseguimos oferecer o melhor cuidado, inclusive por meio de teleconsultas e interconsultas com profissionais de saúde, de maneira a obter desfechos clínicos melhores para essas pessoas, que, além de terem proximidade constante com uma equipe de saúde, não precisam mais repetir suas informações todas as vezes que recorrem à instituição de saúde”, finaliza Kimura.   
 

Para 2024, a Nilo projeta triplicar sua receita e se prepara para uma nova rodada de investimentos em 2025.  

Saúde corporativa em foco 

A Pipo Saúde, por sua vez, trouxe o desafio dos custos de saúde no pitch de quatro minutos, no palco principal.  Com o intuito de simplificar a gestão de benefícios de saúde, a healthtech tem 100 mil vidas sob a sua gestão, provenientes de 160 clientes corporativos, e R$25 milhões de faturamento. Para 2024, a healthtech tem o compromisso de dobrar esse número, atingindo 200 milhões de vidas. 

Experiências internacionais 

Nutrix, Sanetics e REM Analytics também estiveram no Web Summit Rio por meio da swisstech, iniciativa de disseminação da inovação suíça apoiada pela Swissnex e outras instituições. As soluções vão desde mapear e acompanhar as condições de pacientes crônicos a uso de visão computacional e IoT para gerenciar medicamentos, passando por mapeamento biológico para desenvolver, executar e licenciar testes específicos de microbioma. 

O serviço da Nutrix está sendo usado no Chile desde 2023, com conexão direta com a rede pública de saúde do país. Além disso, a Nutrix está no processo de certificação ISO 27001, referência internacional para a gestão da Segurança da Informação - previsto para sair em junho deste ano. No Brasil, a empresa já conta com o apoio de médicos do grupo G7Diabetes, que participam da Associação Brasileira de Diabetes, e a subsidiária brasileira da startup está prevista para ser aberta em setembro de 2024. 
 

Para Maria Hahn, CEO da Nutrix, a solução pode ser usada de forma complementar ao sistema de saúde.  

“O mercado brasileiro é um foco para a Nutrix devido à nossa sinergia com as necessidades específicas do país. Com 17 milhões de pessoas vivendo com diabetes, além de cerca de 7 entre 10 pessoas com algum problema metabólico, e apenas 5 mil médicos especialistas no país, é essencial implementar soluções digitais e plataformas inovadoras para enfrentar este desafio. Nosso objetivo é capacitar os médicos, fornecendo as ferramentas necessárias para um cuidado de qualidade”, explica.