Ação da OdontoPrev cai 4,1% após divulgação do balanço
Valor Econômico
28/02/2013

Ação da OdontoPrev cai 4,1% após divulgação do balanço

Por Beth Koike | De São Paulo
 
Leonardo Rodrigues / Valor / Leonardo Rodrigues / Valor
Randal Zanetti, presidente da OdontoPrev, disse que vai reajustar os valores dos planos dentais para recuperar as margens, que tiveram queda em 2012

 

O mercado reagiu mal ao anúncio do resultado do quarto trimestre da OdontoPrev. As ações da companhia fecharam com queda de 4,1%, com o papel cotado a R$ 9,35 no pregão de ontem. Trata-se da maior queda no valor das ações da operadora de planos dentais neste ano.

As expectativas da empresa para 2013 são pouco animadoras, com perspectiva de ligeira melhora. "Não será um crescimento abrupto. O crescimento nos trimestres será volátil, mas, no fim do ano, acreditamos que será um pouco melhor do que 2012", disse Randal Zanetti, presidente da OdontoPrev, durante teleconferência de analistas realizada ontem.

A fim de melhorar suas margens, uma das ações da companhia será reajustar os preços dos planos dentais da carteira atual e também cobrar valores mais elevados nos novos contratos. A margem Ebitda no quarto trimestre da companhia ficou em 15,8%, contra 19,5% no mesmo período do ano passado.

O resultado negativo da OdontoPrev no quarto trimestre foi consequência de uma combinação de vários fatores, como questões macroeconômicas, concorrência e uso excessivo do plano dental no fim do ano.

Outro fator que afetou negativamente a OdontoPrev foi o aumento expressivo nos preços dos convênios médicos no ano passado. Muitas empresas contratantes dos benefícios médicos cancelaram ou deixaram de adquirir o plano odontológico devido ao gasto extraordinário com aqueles planos. "O forte reajuste dos planos de saúde funcionou como um fator de retração para o dental. Compensamos com as pequenas empresas, mas essa carteira ainda tem pouca representatividade", disse Zanetti.

O presidente da OdontoPrev também destacou que está havendo uma concorrência muito forte entre as operadoras da área odontológica. "Na tentativa de manutenção de nossos indicadores, tivemos um churn [perda] maior o que afetou nosso resultado", explicou o executivo.

A alta sinistralidade, que subiu 7,5 pontos percentuais atingindo 54,6% no último trimestre, foi um ponto bastante questionado pelos analistas, uma vez que o índice ficou muito acima do esperado pelo mercado. Segundo o presidente da companhia, esse patamar de sinistralidade não deverá se prolongar nos próximos meses, mas ele não soube explicar com precisão os motivos que levaram o uso tão expressivo do plano dental. "Foi uma variação inesperada, de difícil explicação. Mas não deve se estender. Brinco na empresa que ninguém acordou com 40 dentes, ainda temos os 32 dentes", disse.

Outro fator que impactou negativamente ontem as ações é o fato de que o aumento na captação de novos clientes, registrado no quarto trimestre e considerado o ponto positivo no balanço, não deve se repetir no primeiro trimestre. Isso porque esse crescimento na base de usuários foi puxado pelas pessoas físicas, que no começo do ano costumam ter muitas dívidas com impostos e escola de filhos, e provavelmente não vão adquirir um novo plano dental. Desde o ano passado, a OdontoPrev está vendendo com mais intensidade seu produto nas agências do Bradesco, seu sócio majoritário, para atrair mais pessoas físicas e pequenas empresas.

 

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