Recursos oferecidos pela tecnologia permitem a construção de guias de corte para melhor precisão cirúrgica em ressecção de tumores ósseos
O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) e a Clínica IOT estão atentos às inovações que proporcionam melhoras significativas nos tratamentos de saúde disponíveis. Entre as tecnologias existentes está a impressão 3D, uma grande aliada na realização de procedimentos inovadores e que está contribuindo para revolucionar cada vez mais a medicina. O HSVP foi o primeiro da região norte do Rio Grande do Sul a utilizar o recurso para cirurgias na área da ortopedia oncológica.
O médico ortopedista oncológico, Dr. Marcos Ceita Nunes, já utilizou a impressão 3D em cerca de dez cirurgias. Segundo o especialista, a tecnologia permite um melhor planejamento cirúrgico, pois possibilita a construção de guias personalizadas para cada paciente e tipo de tumor. Recentemente, o recurso foi usado em uma cirurgia para ressecção de condrossarcoma, um tipo de tumor maligno que se desenvolveu na região pélvica de uma mulher de 28 anos.
Com os benefícios oferecidos pela tecnologia, o especialista usou a réplica anatômica idêntica a estrutura óssea da paciente, feita através de imagens de tomografia, o que possibilitou a construção de guias de corte específicos. O médico explica que: “com a criação do modelo 3D da bacia da paciente, pude estudar a região óssea atingida pelo tumor e planejar onde eu faria os cortes para ressecá-lo com margem de segurança, ou seja, que preservasse a região óssea, elaborando o guia de corte personalizado para esse caso”.
Devido a precisão da utilização do guia, o tempo cirúrgico e o sangramento diminuem e, com isso, a recuperação pós-operatória torna-se mais rápida. “O guia encaixa perfeitamente na anatomia do paciente, possibilitando um corte preciso para a ressecção do tumor, proporcionando um resultado mais efetivo e recuperação mais rápida”, detalha.
Dr. Marcos considera o uso da impressão 3D com a construção de guias um avanço significativo na área da ortopedia oncológica. “Este é um recurso que está ficando muito forte nesta área da medicina porque otimiza o tempo de cirurgia, diminui a incisão e os sangramentos e permite reconstruções de forma mais adequada”, conclui o médico.
O HSVP é pioneiro no Estado ao utilizar a tecnologia de forma rotineira no tratamento de tumores ósseos. O trabalho de produção da imagem 3D no computador e criação da guia de corte em material PETG é executado pelo doutor em Engenharia de Materiais, Luis Fernando Melegari.