Cirurgias em idosos crescem mais de 40% com auxílio de tecnologia
01/04/2024

O número de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil cresceu quase 60% em 12 anos, representando 10,9% da população total, segundo dados do IBGE de 2022. Este fenômeno de envelhecimento da população é observado globalmente. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o número de pessoas com 65 anos ou mais dobrará nas próximas três décadas em todo o mundo.
 

Com o avanço da medicina e o acesso facilitado à saúde, a longevidade e a qualidade de vida dos idosos aumentaram. O ortopedista Antonio Tomazini, do Hospital São Marcelino Champagnat, destaca que a tecnologia democratizou o acesso a intervenções mais complexas. “Com a cirurgia robótica, temos mais precisão, menos sangramento e uma execução mais eficaz. Os pacientes sentem menos dor no pós-operatório e necessitam de menos medicação. Isso é particularmente vantajoso para os idosos, pois muitos são sensíveis a medicamentos e já fazem uso de outros compostos químicos”, observa. 
 

Em 2023, Tomazini realizou uma artroplastia total de joelho em Anete Langaro, uma paciente de 91 anos que sofria de desgaste severo da cartilagem devido à artrose. Três meses após o procedimento, os resultados são muito positivos. “Fiz a cirurgia de manhã e à tarde já conseguia andar um pouco no quarto. No dia seguinte, recebi alta do hospital e fui para casa andando. Já se passaram dois meses desde a cirurgia e consigo fazer todas as minhas atividades diárias: arrumo a cama sozinha, lavo e estendo roupa de vez em quando. Estou muito bem”, relata Anete.
 

No Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), o número de cirurgias em pessoas com 70 anos ou mais aumentou 50,35% em um ano. Em 2022, foram realizados 2.413 procedimentos, enquanto em 2023 foram 3.628. O mesmo aconteceu no Hospital Universitário Cajuru, que atende exclusivamente pelo SUS, onde as cirurgias para esse público aumentaram 41,8% no período analisado.
 

Entre todos os procedimentos médicos, os neurológicos são alguns dos que envolvem um alto nível de complexidade, especialmente em pacientes idosos. Para minimizar as sequelas e garantir uma recuperação mais rápida, as equipes médicas têm optado por realizar a cirurgia com o paciente acordado.

O neurocirurgião Ricardo Brito, do Hospital Universitário Cajuru, ressalta essa abordagem em casos em que a cirurgia é a única opção. Um exemplo disso é uma paciente de mais de 90 anos com aneurisma cerebral. “Devido aos riscos associados à sensibilidade do sistema circulatório à anestesia geral, optamos por realizar uma única intervenção com a paciente acordada. Este procedimento avançado diferencia o nosso serviço em âmbito nacional”, explica Brito.
 





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