Com baixas margens de lucro e aumento da concorrência, as empresas de planos de saúde buscam alternativas para continuar a crescer. Após anos de expansão, a taxa de crescimento do setor está desacelerando. No primeiro trimestre de 2015, o número de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalar no País caiu 0,02%, segundo levantamento realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). A retração representa 10.670 beneficiários a menos no País, que ao todo conta com 50,8 milhões de usuários.
Uma das estratégias que vêm sendo adotadas é a verticalização, por meio da qual as empresas controlam desde a venda dos planos até a operação de clínicas e hospitais. As operadoras Hapvida, Unimed e Amil adotam a estratégia no Estado. E, para reduzir custos e aumentar a eficiência operacional, as operadoras também têm investindo em novos modelos de gestão.
A Unimed Ceará, por exemplo, criou três empresas limitadas para ampliar sua rede de atendimento no Interior do Estado e estuda a criação de uma holding, montada como sociedade anônima, para administrá-las.
A Unimed Fortaleza, que não é afiliada à Unimed Ceará, também avalia a criação de um novo modelo econômico para aumentar sua rentabilidade.“Estamos desenvolvendo um estudo para criação de um modelo de viabilidade econômica que respeite o cooperativismo”, diz o presidente da Unimed Fortaleza, João Borges.
Segundo Borges, a lucratividade dentro do sistema Unimed não passa de 2% e, portanto, é preciso buscar alternativas para aumentá-la e, assim, melhorar a remuneração dos médicos associados.
Reduzir custos
O presidente da Unimed Ceará, Darival Bringel, diz que desde que assumiu o cargo tem buscado reduzir custos e melhorar a operacionalidade centralizando as atividades administrativas. “E, concomitante a isso, pensamos em criar uma infraestrutura para dar acesso, no Interior, a uma medicina de melhor qualidade”, diz.
Baseado no modelo de empresa limitada, a Unimed Ceará investiu R$ 4 milhões na construção da Policlínica do Pecém, inaugurada em fevereiro. A operadora, que construiu uma policlínica no Cariri, está elaborando a constituição de outra empresa limitada para gerir uma policlínica em Tianguá.
A operadora estuda inclusive abrir o capital da holding que deverá administrar essas empresas. “Estamos estudando essa ideia para, junto com investidores, estruturar uma rede de hospitais e policlínicas no Interior”.
Já o Hapvida, deve centralizar, em breve, em um único espaço, toda sua gestão administrativa, que hoje está distribuída em três sedes, para reduzir custos e melhorar a produtividade.