Temos acompanhado, nos últimos anos, um crescimento exponencial da telepsicologia, impulsionada por um maior letramento com relação à importância de do cuidado emocional, avanços tecnológicos, a própria regulamentação da telemedicina e uma crescente demanda por parte da população geral que busca soluções mais convenientes e acessíveis de atendimento. A questão também tem sido acompanhada pelas corporações: uma pesquisa bem recente da Sodexo mostrou que o nível de bem-estar mental é médio ou ruim para 27% dos trabalhadores, sendo o trabalho apontado como o principal motivo diretamente ligado ao estresse.
É claro que, neste contexto, o teleatendimento se torna uma parte essencial do sistema de saúde global, inclusive com suas últimas inovações tecnológicas, como inteligência artificial, realidade virtual, além da regulamentação do setor que vem avançando e novas possibilidades de análise de dados, que, cada vez mais, estão integradas para melhorar a eficácia e a experiência do usuário nos serviços de saúde mental. Este fenômeno é uma resposta tanto à demanda crescente por serviços de saúde mental mais acessíveis, quanto ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras que ampliam as fronteiras do cuidado remoto. Mais acesso, assertividade no diagnóstico, maior adesão ao tratamento, são todos aspectos intrínsecos da telessaúde que estão contribuindo para a criação de uma nova experiência ao usuário.
A aceitação de pacientes e profissionais da área é notável. Uma outra pesquisa recente revelou que a pandemia de Covid-19 acelerou drasticamente a adoção da telepsicologia. Em um estudo realizado pela American Psychiatric Association, constatou-se que 76% dos psiquiatras mudaram para consultas virtuais durante a pandemia e 91% deles relataram que a maioria de seus pacientes estava disposta a continuar com o tratamento dessa forma. E é claro que essa aprovação da telepsicologia tem sido impulsionada, em grande parte, pelas inovações tecnológicas que tornam a experiência do usuário mais completa.
Temos visto, ainda, que a inteligência artificial, quando usada com ética, segurança e responsabilidade, desempenha um papel crucial na personalização do teleatendimento. Algoritmos avançados podem analisar dados do paciente, histórico médico e padrões de sintomas para oferecer recomendações personalizadas de tratamento. Esses sistemas também podem monitorar continuamente o progresso do usuário e alertar os profissionais de saúde sobre quaisquer mudanças significativas. Um estudo publicado no Journal of Medical Internet Research mostrou que plataformas de telessaúde mental com recursos de IA foram capazes de melhorar os resultados clínicos e reduzir os custos associados ao tratamento.
Por sua vez, a realidade virtual está emergindo como uma ferramenta poderosa para a entrega de intervenções terapêuticas imersivas. Pesquisas demonstraram que a terapia de exposição baseada em realidade virtual é tão eficaz quanto a terapia tradicional e em alguns casos até mais eficaz, especialmente no tratamento de transtornos de ansiedade e estresse pós-traumático. Ao simular ambientes do mundo real de forma controlada, a realidade virtual oferece aos pacientes uma maneira segura e acessível de enfrentar seus medos e traumas, tudo isso sem sair de casa. Será que os aparatos tecnológicos desta área, como o novíssimo Apple Vision Pro trarão novidades para a saúde também?
Portanto, o crescimento exponencial da telessaúde mental já mostra provas de seu potencial transformador à maneira como os serviços de saúde mental são entregues e acessados pelos pacientes. É notório que inovações tecnológicas, como inteligência artificial e realidade virtual devem ser integradas para melhorar a eficácia e a experiência do usuário. Conforme avançamos nesse campo, é essencial priorizar a acessibilidade, a qualidade e a segurança dos serviços de telessaúde mental, garantindo uma efetiva promoção da sua saúde mental e da qualidade de vida.