Conheça os modelos de remuneração da Alemanha, EUA e UK
16/07/2015

Fee-for-service: método de pagamento mais tradicional e prevê que o paciente ou o pagador reembolse o pro¬vedor a cada serviço prestado. É criticado por não incentivar a criação de estratégias de prevenção e de modelos de con¬tenção de custos e por lucrar mais à medida que o paciente fica mais doente ou precisa de mais atenção.

-Pagamento por performance (P4P): no modelo o prestador recebe ao atingir métricas de qualidade previa¬mente acordadas. É usado, no geral, de forma complementar ao fee-for-service, sendo um reembolso adicional ao serviço prestado diretamente relacionado à qualidade do serviço e à produtividade e resolutividade do profissional.

-Pagamento por episódio: é um sistema de pagamento prospectivo, em que o prestador é reembolsado por episódios específicos, em forma de pacote. Este modelo encoraja eficiência e qualidade de cuidado, pois o montante disponível é fixo para todo o pacote de cuidados ao qual o paciente será submetido.

-Pagamentos adicionais: há recursos adicionais ao pagamento por serviço para remunerar trabalho extra reali¬zado pelos médicos no uso de tecnologia adicional, comunicação com pacientes e outros em serviços de atenção primária de alta qualidade.

-Pagamento global: neste modelo, o provedor recebe uma quantia específica por paciente para entregar serviços em um período de tempo determinado. No geral, o pagamento é determinado em uma base por paciente/ mês. Os modelos de Accountable Care Organization nos Estados Unidos preveem este tipo de reembolso, sendo motivados a manter a população saudável e focar no tra¬tamento preventivo para que haja menores custos com tratamentos curativos.

SAIBA MAIS: 
Brasil caminha lentamente rumo ao pagamento baseado em valor

ALEMANHA
Na Alemanha, pagamentos por pacotes para pacientes internados, combinando honorários médicos e outros custos, têm sido importantes para a manutenção da média de pagamento por hospitalização menor que US$5 mil – comparado a US$19 mil nos Estados Unidos, mesmo com maior tempo de internação na Alemanha. Entre as ações, a regulamentação responsabiliza o hospital com garantias de cuidado, no qual ele desembolsa o financiamento para uma possível re-hospitalização relacionada ao primeiro problema.

Em 2011, foi realizado um estudo para verificar os custos de um acompanhamento de um ano para cirurgia para prótese de qua¬dril e visto que ele era 15% menor em hospi¬tais com resultados acima da média em rela-ção a instituições abaixo da média e cerca de 24% menor que em entidades com baixa taxa de ocupação e baixo número de cirurgias.

ESTADOS UNIDOS

Ao longo da última década, os EUA têm trazido um componente de resultado aos formatos de pagamento adotados. Muitas organizações têm visto a reputação de suas marcas e a fatia de mercado crescerem, como é o caso da Cleveland Clinic, que passou a publicar dados de mortalidade para associar resultado aos procedimentos.

De acordo com a revista americana Modern Healthcare, algumas empresas do país, como Trinity Health, Livionia e Aetna, fecharam um acordo chamado de “The Health Care Transformation Task Force” para transformar até 75% de seus contratos em pagamentos voltados ao resultado e com menor custo.

O Medicare, plano de saúde universal para pessoas com mais de 65 anos de idade, já utilizava métodos para vincular o pagamento de provedores ao desempenho, mas de forma bem pontual. A partir da criação do Affordable Care Act, parte da reforma promovida por Obama, os incentivos aumentaram e passaram a ser mais completos.

REINO UNIDO
No Reino Unido, o pagamento por resultado acontece por um valor determinado conforme a complexidade do paciente examinado ou tratado. As duas ferramentas principais são o tipo de condição e de atendimento que o paciente recebe e os preços para cada um desses cuidados.

Os pacientes que possuem diagnósticos e intervenções semelhantes são colocados em um grupo chamado Healthcare Resource Group (HRG) e a base do pagamento é relacionada ao grupo em que cada paciente está inserido.
O programa de pagamento por resultados começou com 15 grupos em 2003/04 e 48 entre 2004/05. Hoje, este modelo representa mais de 60% do pagamento para condições agudas e cerca mais de 30% da remuneração de atenção básica.

*eBook Pagamento por Performance, escrito por André Medici (Economista Senior do Banco Mundial), César Abicalaffe (Presidente da 2iM) e Leandro Tavares (Diretor da ANS)

**Esta reportagem foi publicada na revista Saúde Business (julho-agosto-setembro). Leia a publicação na íntegra.





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