A transição da prática médica convencional para o universo digital apresenta desafios significativos para os profissionais de saúde. A telemedicina, regulamentada no Brasil, por meio da Lei nº 14.510 de 2022, tem se destacado nos últimos anos, mas ainda é muito recente. Incorporar inovações tecnológicas nas rotinas, seja no atendimento ou na gestão das atividades, é um movimento repleto de vantagens tanto para os trabalhadores quanto para os pacientes.
Contudo, nenhuma mudança de perspectiva acontece sem esforços. Por essa razão, os profissionais precisam estar receptivos a treinamentos necessários para integrar as novas ferramentas ao trabalho.
Período de adaptação
A educação contínua e a divulgação dos benefícios da tecnologia são fundamentais para superar a resistência inicial. A demonstração dos resultados positivos, como a melhoria da satisfação do paciente e a eficiência do sistema, desempenha papel fundamental na mudança de mentalidade. É crucial fazê-los entender que a adoção de novos recursos digitais não visa aumentar a carga de trabalho, mas sim melhorar a eficácia e a qualidade dos serviços prestados.
O profissional de saúde deve reconhecer sua participação nessa transição para o digital e estar aberto tanto a treinamentos como a feedbacks com o objetivo de aprimorar suas habilidades. Vale reforçar que ele é parte efetiva do processo e deve ajudar na fiscalização dos métodos e resultados. Por último, a supervisão e o apoio dos gestores são essenciais para deixar os trabalhadores mais confortáveis dentro dessa nova realidade.
Benefícios reais e tangíveis
Ferramentas tecnológicas oferecem diversas melhorias para o setor público ou privado. Plataformas de telemedicina ampliam e barateiam o acesso a diagnósticos e tratamentos, além de fornecer suporte técnico e auxiliar na tomada de decisões. Na gestão pública, há programas que otimizam intervalos de espera em cirurgias e facilitam a gestão de estoque. Existem filtros de filas que também ajudam a reduzir o tempo e identificar casos que representam riscos, promovendo o bom uso do sistema.
A integração da tecnologia na rotina simplifica tarefas e melhora o cuidado ao paciente, sendo a satisfação deles importante para influenciar gestores e equipes. Essa interação entre inovação digital, colaboradores e usuários não apenas representa uma evolução na prática médica, como também oferece uma oportunidade para aprimorar o segmento. Ao abraçar essa mudança, os profissionais estão posicionados para enfrentar os desafios do futuro com confiança e eficiência.
Diogo Kussakawa é médico ortopedista, professor universitário e CMO da AgilizaMed, startup de telemedicina integrante do portfólio da Dome Ventures
Diogo Catão é CEO da Dome Ventures, uma Venture Builder GovTech que tem o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil