As internações por casos de dengue aumentaram em 80% dos hospitais paulistas no período entre 29 de janeiro a 7 de fevereiro, segundo pesquisa realizada pelo SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo).
Entre os 91 hospitais privados ouvidos para a pesquisa, 68% deles tinham maioria de pacientes com a doença entre 30 e 50 anos. 51% das instituições informaram crescimento de 11% a 20% nas internações em leitos clínicos, e 33% viram alta de até 5% nesse tipo de internação.
Por outro lado, as internações mais graves, que necessitam cuidados da Unidade de Tratamento Intensiva, não aumentaram significativamente. 89% dos hospitais não tiveram alta nas internações em UTI para dengue, e para 11% deles houve crescimento de até 5%.
No setor de pronto-atendimento (PA), onde se atendem casos urgentes, 89% dos estabelecimentos registraram crescimento de casos de pacientes com suspeita de dengue nos últimos 15 dias. 34% dos hospitais registraram aumento de 6% a 10% de pacientes que testaram positivo para dengue, enquanto 27% dos serviços de saúde registraram 31% a 50% de aumento de pacientes que testaram positivo nos últimos 15 dias. 20% dos hospitais tiveram 51% a 70% de aumento de atendidos que testaram positivo.
Na última quinta-feira, 8, o estado de São Paulo registrou a sexta morte por dengue no ano, a primeira na capital. A vítima foi um homem de 76 anos. De acordo com monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde, o estado já tem 34.995 casos confirmados da doença em 2024, e mais de 31 mil casos suspeitos.
Com a situação de saúde se agravando, o governo do estado anunciou a criação de Centro de Operações de Emergências de combate ao Aedes aegypti na última terça-feira, com a liberação de R$ 200 milhões para os 645 municípios paulistas combaterem o surto da doença.
São Paulo reflete o aumento de casos de dengue no Brasil todo. Foram registradas 217 mil ocorrências da doença no país em 2024, mais que o triplo de notificações do mesmo período em 2023. Os dados são do Ministério da Saúde, que aponta fatores como as ondas de calor e chuvas fortes causadas pelo El Niño e o ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue como possíveis causas para o surto.