Os hospitais da Rede D’Or situados em cinco estados brasileiros registraram em janeiro deste ano um aumento médio de 307% no número de pacientes diagnosticados com dengue, na comparação com o primeiro mês de 2023. Os atendimentos se concentram principalmente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal, além de Paraná e Sergipe.
Na capital paulista e região metropolitana de São Paulo os hospitais da Rede D’Or São Luiz registraram em janeiro deste ano um aumento médio de 443% no número de pacientes diagnosticados com dengue, na comparação com o primeiro mês de 2023.
A maior alta proporcional foi verificada no pronto-socorro do São Luiz Anália Franco, na zona Leste, com 833% mais pacientes com a doença atendidos entre 1º e 20 de janeiro, em relação a igual período do ano passado.
Já no São Luiz de São Caetano, no Grande ABC, o total de casos confirmados subiu 675%, enquanto na unidade Morumbi houve alta de 520%.
O Hospital São Luiz do Itaim, na zona sul, registrou aumento de 385% nos atendimentos por dengue entre 1º e 20 de janeiro, enquanto no do Jabaquara a alta foi de 266% e na unidade de Osasco, 245%.
RJ
No Rio, a maior alta proporcional foi verificada no pronto-atendimento do Hospital Rios D’Or, em Jacarepaguá, no Rio, com 2.300% mais pacientes com a doença atendidos entre 1º e 20 de janeiro, em relação a igual período do ano passado.
Já no Barra D’Or, o total de casos confirmados subiu 1.250%, enquanto no Hospital Bangu houve crescimento de 1.050% e no Hospital Samer, em Resende, alta de 1040%.
Também foram verificados aumentos do número de casos de dengue em pacientes atendidos nos hospitais Norte D’Or (690%), em Cascadura, Copa D’Or (500%), na capital fluminense, e Oeste D’Or (126%), em Campo Grande.
Unidades da rede no estado do Rio que não tiveram entre 1º e 20 de janeiro de 2023 nenhum caso de paciente com dengue – hospitais Rio Barra, Perinatal, São Vicente, Jutta e Copa Star – registraram casos da doença neste ano.
DF
Os hospitais da Rede D’Or no Distrito Federal registraram em janeiro deste ano um aumento médio de 107% no número de pacientes diagnosticados com dengue, na comparação com o primeiro mês de 2023.
A maior alta proporcional foi verificada no pronto-atendimento do Hospital DF Star, com 173% mais pacientes com a doença atendidos entre 1º e 20 de janeiro, em relação a igual período do ano passado.
Já no Hospital Santa Luzia, o total de casos confirmados subiu 146%, enquanto no Santa Helena houve alta de 55%.
Outros estados
Ainda segundo levantamento da Rede D’Or, houve aumento de 200% no atendimento a pacientes com dengue no Hospital São Lucas, de Sergipe, na comparação dos primeiros 20 dias de 2024 com o mesmo período do ano passado. O Hospital Santa Cruz, no Paraná, que não atendeu nenhum caso da doença em janeiro em 2023, tem recebido casos neste ano.
Já em serviços hospitalares da rede localizados na Bahia e em Pernambuco, houve no geral queda nos atendimentos, exceto no Hospital Cardio Pulmonar, de Salvador-BA, que registrou alta de 133% na assistência a pacientes com dengue.
“O crescimento é expressivo nos hospitais da rede no Rio e em estados como São Paulo e no Distrito Federal. É um indicador preocupante, especialmente se for registrada a circulação de sorotipo 3, como tem sido visto em algumas cidades, o que aumenta o número de pessoas suscetíveis à doença. Isso não ocorria há 15 anos. O risco de crescimento contínuo do número de casos nos próximos meses é real. As pessoas que já tiveram dengue no passado podem apresentar sintomas mais severos”, afirma David Uip, diretor nacional de Infectologia da Rede D’Or.
Segundo o infectologista, é importante que a população esteja atenta aos principais sintomas da doença, como febre alta repentina, dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza e dor atrás dos olhos, dentre outras. “É importante procurar assistência hospitalar especializada nesses casos”.
Ainda de acordo com Uip, é fundamental adotar as medidas recomendadas pelas autoridades sanitárias, evitando recipientes com acúmulo de água parada nos domicílios, para que o vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, não encontre ambientes propícios para proliferar.