7 hospitais usam Apple Watch e acompanham saúde dos pacientes
08/07/2015 - por Eduardo Prado




Em evento recente da indústria financeira no Brasil, o banco Bradesco vaticinou que o relógio inteligente “Apple Watch é a bola da vez do Bradesco na inovação digital” [1]. Parabéns ao Bradesco … uma execelente visão de futuro ao aproveitar a “carona” em um dispositivo de tecnologia “vestível” (ou “wearable”) [1.a] como um novo “canal digital” para um banco moderno. A tecnologia “vestível” é um dos “sabores” da Internet das Coisas (IoT = Internet of Things) [2] que vai ter uma forte influência no “banco do futuro”. [3] e [4]

Fazendo um paralelo com o setor de Saúde colocamos aqui uma pergunta que insiste em não calar: “E você Hospital, quando vai apostar na sua inovação digital com o Apple Watch?” A pergunta não passa de um “teasing” com o segmento de Saúde no Brasil – visto que o Bradesco já acordou para o tema. Entretanto, já existe o movimento de vários hospitais apostando no Apple Watch e, mais do que isso, apostando em relógios inteligentes e tecnologia “vestível” de uma forma mais ampla de inovação digital. Embora o Apple Watch [5] seja a “Brastemp” do mercado, temos ainda outros relógios inteligentes como o Samsung Gear S [6], o Android Wear [7] e o Basis da Intel. [8] Vale registrar aqui que as gigantes Apple, Google e Intel “botam muita fé” no segmento de Saúde!

Embora no Brasil ainda não tenhamos notícia de nenhum hospital utilizando o Apple Watch (ou qualquer outro relógio inteligente) em Saúde, no início deste ano foi anunciado que 14 hospitais no mundo já estavam fazendo projetos pilotos com o relógio inteligente da Apple. [9] A Apple tem apostado muito no seu ambiente de desenvolvimento HealthKit [10] e [11] para suportar o seu negócio de Saúde.

O Google e a Samsung têm conversado com alguns hospitais sobre a possibilidade de usar os serviços dessas empresas “arquirrivais” da Apple. A Samsung oferece a sua plataforma própria de Saúde chamada “Samsung Architecture for Multimodal Interactions” (SAMI) [11.a], enquanto a plataforma do Google é conhecida como “Google Fit”. [11.b] A Samsung fez uma parceria recente com a Partners Healthcare [11.c] para desenvolver ofertas de saúde móveis para “tablets” e “smartphones”. [11.d]

Em relação ao Apple Watch, os pilotos de Saúde com os hospitais são projetados para ajudar os médicos a monitorar pacientes, principalmente, com condições crônicas como diabetes e hipertensão.

O primeiro exemplo vem de um hospital americano de Nova Orleans – Hospital Ochsner – que criou um programa muito interessante para monitorar a hipertensão dos seus pacientes através do Apple Watch. [12] O hospital já tem até a sua página de um Programa de Medicina Digital da Hipertensão. [13]

Outro exemplo, é o de um hospital de Illinois que lançou um programa piloto para examinar como enfermeiras e médicos podem integrar o Apple Watch em um programa avançado de medicina residencial … interessante o escopo! [14].

Os médicos do Hospital da Universidade de Stanford estão trabalhando com a Apple para rastrear os níveis de açúcar de crianças com diabetes. A Escola de Medicina da Universidade de Duke está desenvolvendo um piloto para rastrear a pressão sanguínea, peso e outras medidas para pacientes com câncer ou doenças cardíacas. [15]

A empresa DexCom [15.a], que fabrica o equipamento que monitora o açúcar no sangue, está conversando com a Apple, Stanford e a FDA (“Food and Drug Administration”) dos EUA para integrar seu dispositivo com o HealthKit. O dispositivo DexCom mede os níveis de glicose através de um fino sensor inserido sobre a pele do abdômen. A informação da medida é transmitida a cada cinco minutos para um receptor portátil, que interage com o medidor de glicose sanguínea. O sistema de medição de glicose envia a informação para uma app móvel em um iPhone. [15.b]

Um caso interessante e diferente: o hospital de Londres King´s College está utilizando o Apple Watch para melhorar a gestão de adesão à medicação de pacientes oncológicos que estão em tratamento de quimioterapia. [16] Uma outra experiência de oncologia com o Apple Watch vem do renomado hospital MD Anderson Cancer Center de Nova Jersey que está iniciando um projeto piloto com trinta pacientes com câncer de mama para permitir que elas próprias gerenciem seu tratamento, bem como, se conectem com o “time” médico do hospital e também com cada uma das pacientes … experiência inovadora! [17]

A conceituada Mayo Clinic está também começando a utilizar o Apple Watch para gerenciar as consultas dos pacientes. Entendemos que esse é apenas um começo, pois essa instituição “aposta alto” na monitoração remota dos pacientes [18].

Temos também o caso de um “player” diferente na seara do relógio inteligente … agora é a vez de um grande laboratório: a Novartis anunciou recentemente uma app em Apple Watch e Android para auxiliar a deficientes visuais a se locomoverem no seu ambiente [18.a].

A Apple aposta alto em Saúde. Ela está sempre anunciando novas apps de Saúde. [19] A gigante [20] também fez uma grande parceria com a IBM para fornecer apps para o mercado corporativo começando pelo setor de Saúde. [21]

A outra plataforma de relógio inteligente que está sendo utilizada em Saúde é o Basis, [22] da Intel. Ela está fazendo um trabalho muito interessante com o Mal de Parkinson. [23] [24] A Intel também iniciou um piloto com a Associação de Veteranos de Guerra dos EUA para analisar os efeitos de um medicamento nos hábitos de sono dos veteranos. [25] A companhia também amplia o alcance da sua tecnologia Basis e resolveu investir na interface do seu dispositivo com os ambientes de saúde da Apple (o HealthKit) e o do Google (o Google Fit). [26]

Uma oportunidade interessante que ainda não está sendo explorada com nenhum relógio inteligente é a da doença crônica DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), típica do hábito do tabagismo. Foi feita uma pesquisa nos EUA utilizando pedômetro (medidor de atividade física) onde foi verificado que o aumento da atividade física é um forte preditor da mortalidade de pacientes com DPOC. [27] Como o relógio inteligente normalmente incorpora um pedômetro, ele poderia também ser utilizado nessa doença crônica.

Uma outra área que está apostando na utilização do relógio inteligente é o setor de Seguro de Saúde, que está começando a apostar na redução da mensalidade se o beneficiário usar um relógio inteligente. Uma espécie de “permuta”. [28]

Finalmente, pelo que vimos acima, existe uma grande oportunidade no nascedouro de inovação digital para os Hospitais através da utilização de relógios inteligentes em programas de saúde de pacientes, seja em morbidades crônicas, “home care” ou câncer – pelo menos até agora! Tenha certeza que outros casos criativos vão aparecer em função da maturidade da tecnologia e da evolução do mercado.

E então Hospital do Brasil, se você quer ou precisa inovar, faça como o Bradesco e aposte na inovação digital com o relógio inteligente! Por que o uso desse tipo de dispositivo é um grande diferencial? Porque no futuro, a coleta de dados dos pacientes – em geral – através da tecnologia “vestível” e do smartphone vai revolucionar a medicina. [29] e [30] Esses dados serão muito importantes na “análise” da saúde dos pacientes (olha o “big data” aí!).

Ainda sobre inovação em Saúde: a NHS (a ANS britânica) [31] lançou um programa recentemente para fornecer a tecnologia “vestível” aos seus pacientes – sensores da pele ou nas roupas – que monitoram os sinais de saúde e fazem o “upload” das informações coletadas diretamente nos registros dos pacientes (prontuário eletrônico) [32] … um dia a ANS vai chegar lá (sic!).





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