Com mais de 85 milhões de vida e um faturamento previsto de US$ 143 bilhões para 2015, a americana UnitedHealth tem o poder de influenciar os rumos da Saúde no mundo, e uma de suas empreitadas justamente são no sentido da telemedicina. Recentemente, a seguradora anunciou que cobrirá consultas em vídeo por meio da parceria com as empresas de tecnologia Doctor on Demand, AmWell e NowClinic. O objetivo é criar facilidade tanto para o médico quando para o usuário, como em um bate papo via facetime. Entretanto, o contato dessa maneira, com uma cara mais de aplicativo, ainda não é tão fácil como por meio do computador e uma web cam.
Em entrevista para o site Wired, a VP de produto do Doctor on Demand, Katie Ruigh, descreve que o encontro virtual deve promover a mesma sensação de segurança que o presencial. Por isso recomenda que os médicos que trabalham de casa estejam de jaleco branco e tenham um pano de fundo adequado, até – de repente – com os diplomas emoldurados na parede.
Para o médico Jay Parkinson, co-fundador da empresa Sherpaa – que oferece uma rede de médicos para atendimento e propõe uma mudança radical na relação médico-paciente -, a “vídeo-visita” não é o meio mais recorrente e eficaz. A Sherpaa encoraja os pacientes a se engajarem com os médicos através de mensagens de texxto via site ou aplicativo. Para se ter uma ideia, a empresa envia cerca e 40 bilhões de mensagens (iMessages) por dia e apenas 15 milhões de chamadas via facetime. Segundo ele, a aceitação e uso de mensagens de texto é bem maior do que via vídeo.
No Brasil, já começam a nascer novos entrantes, com propostas que fogem da via tradicional – de hospital e plano –, mas ainda de maneira bastante fragmentada e pontual. É indiscutível que uma mudança de mentalidade está em jogo, para que todos – tanto paciente como médico – se envolvam e convivam nesse tipo de atendimento. Todo esse movimento me faz pensar que é positivo a expansão de alternativas mais fáceis e baratas de exames e consultas, mas ao mesmo tempo me faz questionar: e a alta complexidade? E quando teremos um sistema integrado e menos fragmentado? Enfim, deixo os profissionais, executivos e pensadores do setor que me respondam.