A operação brasileira da WeWork, rede global de escritórios compartilhados, aposta no aluguel de espaços para profissionais de saúde como médicos, psicólogos, nutricionistas e esteticistas.
A partir desta quinta, a companhia colocará em prática uma parceria com a Clina.Care, uma healthtech dedicada ao aluguel de infraestrutura para negócios de saúde.
Por meio da plataforma da WeWork será possível reservar uma hora de trabalho num consultório médico ou em outros espaços de cuidado com a saúde.
Fundada em São Paulo, em 2020, para ser um marketplace de consultórios médicos no modelo pay-per-use, a Clina.Care tem uma infraestrutura própria de espaços de coworking para atender profissionais do setor.
Além disso, aluga espaços ociosos em consultórios médicos de terceiros. Um exemplo são as janelas entre o horário marcado de dois ou mais pacientes.
Em três anos, a healthtech chegou a 12 estados. Hoje em dia, os 700 espaços cadastrados na plataforma comportam 12.000 horas de reservas por mês. Na ferramenta da Clina.Care, é possível alugar uma sala a partir de 30 reais por hora. O tíquete médio é de 80 reais.
"Nosso objetivo é contribuir ainda mais para a capilaridade da saúde, rentabilizando ativos ociosos. Estamos fomentando a economia da saúde", diz João Lopes Alves, sócio-fundador da Clina.Care.
"Começamos focados no negócio direto com o consumidor e, neste semestre, expandimos para atender o B2B."
A guinada para o setor de saúde é a sequência de um investimento da franquia brasileira da WeWork em contratos de aluguel de curtíssima duração, numa tentativa de ganhar clientes e girar com mais rapidez os ativos sob sua gestão.
O olhar para o setor que vai além do corporativo vem num momento de interesse afiado de investidores por empresas dispostas a melhorar a eficiência dos consultórios médicos.
Em novembro, a startup paulistana Livance, também uma plataforma dedicada ao aluguel de espaço por curta duração a profissionais de saúde, recebeu um aporte de 65 milhões de reais numa rodada liderada pelo fundo Monashees.
Nesta mesma linha, a WeWork, que está presente no Brasil desde 2017, criou no ano passado a marca Station by WeWork, na qual o cliente pode alugar um espaço por apenas um dia ou um par de horas.
"Essa inovação nasceu aqui no Brasil e comprova a nossa independência (em relação à operação da empresa em outros países), diz Bruna Neves, diretora geral da WeWork no Brasil.
Em um ano de operação, a Station by WeWork chegou a 20.000 usuários ativos mensais. O ritmo de crescimento mensal beira os 40%.
Como é operado por parceiros, o serviço da Station também ampliou a capilaridade da WeWork, que conta com os clientes tradicionais que alugam espaços corporativos de forma fixa. Hoje a empresa tem 32 unidades próprias em oito cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.