Fleury: receita chega a R$ 1,9 bi no 3º tri com Hermes Pardini e novos serviços
14/11/2023

O primeiro trimestre de Hermes Pardini integralmente dentro dos negócios do Fleury trouxe um retrato mais fiel dos números da nova companhia.

No terceiro trimestre, a receita líquida do Fleury cresceu 63%, para R$ 1,87 bilhão. O Ebitda chegou a R$ 506 milhões, 52% a mais do que um ano antes, mas margem ficou 1,94 ponto percentual menor, a 27,1%. O lucro líquido veio em linha com o previsto pelo mercado, a R$ 174,2 milhões, alta de 81,4%.
 

A companhia apresentou os números pro forma para facilitar a comparação, considerando os números de Pardini no terceiro trimestre de 2022. Por esse critério, que mede o crescimento orgânico, a receita cresceu 11,8% e o Ebitda, 16%, com margem 1 ponto percentual maior do que um ano antes.

 

A empresa não abre quanto já capturou de sinergias, mas Jeane Tsutsui, CEO do Fleury, diz que o comando está conseguindo extrair valor da integração: “Aproveitamos a capilaridade para ter visão única e fazer acordos comerciais melhores”. A empresa consegue, por exemplo, negociar melhores condições com as operadoras ou ter ganhos de eficiência usar uma só estrutura logística.

As sinergias potenciais identificadas à época da análise da fusão pelo Cade foi de até R$ 220 milhões adicionais de Ebitda por ano. A projeção não foi alterada.

A união das duas empresas sempre foi dado como um movimento óbvio do mercado, por conta do perfil complementar do negócio. Do resultado de Pardini, 56% vieram dos negócios B2B, o que inaugura um novo canal de receitas para o Fleury, mais exposto ao B2C.

A rede de laboratórios também tem apostado suas fichas em uma nova unidade de negócios, a Novos Elos — que vai além dos exames para oferecer serviços de como ortopedia, fertilidade e oftalmologia, por exemplo.

A vertical cresceu 92% na comparação anual, puxada principalmente por aquisições, mas apresentou crescimento orgânico de 18%, puxado principalmente pelo CIP, de infusões. Embora recentes, essas operações já respondem por 9% da operação.

“Essas operações normalmente têm margens menores, mas o ROIC (retorno sobre o capital investido) é mais alto”, destaca a executiva, acrescentando que elas são menos intensivas em capital do que a medicina diagnóstica.

Mas, com um custo de capital mais caro e após um período intenso de aquisições, o Fleury vai ser cada vez mais seletivo na análise de novos negócios, garante o diretor financeiro, José Filippo. “Com juros elevados, tudo fica mais difícil: a oportunidade se reduz”, argumenta, destacando que a prioridade da empresa está na geração de caixa e redução de endividamento.

O Fleury terminou o terceiro trimestre com R$ 2 bilhões de dívida líquida e uma alavancagem de 1,2 vez, 0,5 ponto percentual menor do que um ano antes.
 

Fonte: Exame




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