O Hospital Israelita Albert Einstein investe em inovação e tecnologia para melhorar a experiência dos pacientes e engajá-los em todas as etapas dos cuidados em saúde. Uma das iniciativas do Hospital é um aplicativo de atendimento de saúde que, entre outras funções, permite que o paciente acesse as informações do seu prontuário e até acrescente dados que serão validadas pelo profissional de saúde posteriormente.
Flávia Camargo, diretora de Experiência em Saúde do Hospital Albert Einstein, explica que o envolvimento do paciente no tratamento melhora a eficiência do mesmo, pois aumenta a adesão às recomendações médicas e às mudanças de hábitos. Mas, que o grande desafio é, justamente, o engajamento, fazer com que ele participe da tomada de decisão e execute o planejamento no dia a dia.
Para facilitar esse envolvimento, fazendo com que as pessoas se sintam parte ativa do tratamento, o Hospital desenvolveu um aplicativo que permite ao paciente acessar e contribuir com informações sobre a saúde dele. Camargo destaca algumas funcionalidades do aplicativo, como:
A médica conta que o Einstein também utiliza outra solução tecnológica para melhorar a experiência do paciente e ajudá-lo a se apropriar dos cuidados em saúde, quando é internado, o quarto automatizado.
Quando chega, o paciente recebe um tablet, com várias funções, que oferece a possibilidade de o paciente controlar o uso de alguns recursos do quarto. Pedir a troca de lençóis, controlar a TV, o ar-condicionado e outros dispositivos do ambiente, por exemplo, seguindo a premissa de autonomia do paciente no que diz respeito a conforto e bem-estar.
A solução permite ao médico acessar algumas informações e explicar para o paciente na própria TV do quarto, por exemplo, algumas questões sobre a saúde dele. O paciente pode acessar o plano de cuidados pelo tablet, o mesmo também pode ser lido no aplicativo.
A diretora diz que as soluções funcionam paralelamente. O aplicativo ainda é apartado do quarto digitalizado. Mas, no futuro, a ideia é que o desenho das duas soluções sejam convertidas para uma mesmoa plataforma de atendimento de saúde. “Hoje, temos claro que precisamos, cada vez mais, convergir para um portal único do paciente. Ainda não chegamos nesse lugar, mas estamos caminhando para ele”.
Outra solução tecnológica que está sendo testada é a UPA digital. Consiste em uma consulta de telemedicina e, caso necessário, o paciente é direcionado a ir, presencialmente, a uma unidade do Einstein.
Camargo explica que o paciente acessa o aplicativo e responde a um questionário para avaliar se é uma situação de emergência ou não. Se for avaliado que pode aguardar, ele entra na fila para uma consulta virtual. A direitora informa que o tempo de espera para consultas de atendimento em telemedicina é muito baixo.
Já em uma situação que necessite de uma avaliação presencial, o paciente é direcionado para uma unidade do Hospital e toda a informação do atendimento prévio migra para o atendimento presencial. Quando chega, toda a equipe já sabe que ele teve um atendimento de saúde na UPA digital. Ainda é uma fase de testes, explica a médica. “Estamos aprimorando algumas questões para tornar o atendimento mais abrangente”, explica.
“Nosso objetivo é criar mecanismos para cuidar melhor da saúde das pessoas e ajudá-las a cuidar delas mesmas, desde que consintam”, diz a médica. O Einstein tem evoluído bastante, ao longo dos últimos anos, com soluções, sejam físicas ou digitais, a partir do mapeamento das jornadas dos pacientes.
Segundo Camargo, a saúde evoluiu muito, ao longo dos anos, pelo prisma de algum evento, ou seja, da interação do paciente com alguma etapa de atendimento de saúde - uma internação, por exemplo. E não por um olhar abrangente da jornada do paciente e das interações ao longo do ciclo de vida dele de forma organizada.
Ela pondera que quando é feito um mapeamento das diferentes jornadas dos pacientes entendendo as dores e questões deles, é possível identificar momentos que são oportunidades de engajar em um melhor cuidado de saúde. Como informar para o paciente que está na hora de ele tomar uma vacina.
“Fazer esse mapa e começar a desenhar as soluções de tecnologia e melhorias de experiência física, alavanca muito a boa experiência do paciente”. Ela também ressalta a importância de usar cada vez mais dados para tentar segmentar e personalizar a forma como se interage com os pacientes. Um exemplo disso é a existência de muitas pessoas que prefere usar um canal físico a um digital
A médica diz que entender esses comportamentos e oferecer aquilo que é mais adequado e oportuno para cada um é um desafio muito grande, que tem sido cada vez mais trabalhado no Albert Einstein.
O Dia Mundial de Segurança do Paciente, celebrado anualmente em setembro, trouxe como tema central em 2023 a importância da voz do paciente para a segurança e para o cuidado com a saúde, diz a médica. No Einstein, “ouvimos a voz do paciente para entender como ele está experimentando o seu cuidado com a saúde”.
Após um atendimento, por exemplo, o paciente recebe uma pesquisa – cuja participação é opcional - para avaliar todas as etapas da jornada daquela interação que ele teve com o Hospital, fazendo as suas observações. Essas informações são trabalhadas e avaliadas para melhoria, entendendo as causas raízes dos problemas principais e também dos problemas individuais.
Tudo é tratado individualmente e devolvido para a pessoa que fez aquela manifestação, mas também é tratado de forma agrupada, para que seja possível entender as principais causas raízes que devem ser trabalhadas de maneira sistêmica. Então, diz a médica, fazemos o que chamamos de fechamento do loop com o cliente e fechamento do loop com análise de oportunidade de melhorias mais abrangentes e sistêmicas a partir da voz do cliente nas pesquisas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a segurança do paciente é fundamental para a prestação de cuidados de saúde em todos os ambientes. No entanto, os eventos adversos, erros e riscos evitáveis associados aos cuidados de saúde continuam a ser grandes desafios para a segurança dos pacientes em nível mundial.
Foi elaborado o Plano de Ação Global para Segurança do Paciente 2021-2030, na OMS, que fornece um quadro para os países desenvolverem os seus respectivos planos de acção nacionais sobre a segurança dos pacientes. Também alinham instrumentos estratégicos existentes para melhorar a segurança dos pacientes em todos os programas clínicos e relacionados com a saúde. O Plano tem os seguintes princípios orientadores: