Cenário atual da Telemedicina e o impacto das TICs no atendimento
19/10/2023 - por Wellington Ávila

No passado não tão distante assim, era necessário para marcação de uma consulta ambulatorial ou de emergência, contatos telefônicos ou ir presencialmente até a unidade de saúde no qual se desejava ser atendido por uma determinada especialidade. Mas com a chegada da tecnologia da informação potencializando a indústria 4.0 em diversas áreas e setores, hoje é possível realizar todo e qualquer procedimento através de um aparelho celular.

A mudança do comportamento da sociedade digital na atual conjuntura e vem transformando a maneira com que é realizado o pleno emprego de recursos oriundos da tecnologia da informação, inclusive no que se refere no setor da saúde. Há um aumento significativo no atendimento on-line realizado por diversas operadoras de saúde e uma tendência confirmada de alta da telemedicina no Brasil.

A telemedicina surgiu de forma surpreendente para a sociedade, contribuindo de maneira ágil com pacientes e profissionais de saúde evitando grandes e demorados deslocamentos, garantindo riscos de contaminação do paciente e favorecendo nos demais fatores que envolvem o custo e benefício com reflexos diretos na comodidade.

Antes da pandemia da Covid-19, a modalidade de atendimento on-line era apenas uma opção, mas atualmente se tornou na vida do brasileiro uma forma de acessibilidade aos serviços de saúde através dos canais cibernéticos. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital ou Saúde Digital Brasil (SDB), anteriormente em outros anos, foram realizados mais de 7,5 milhões de consultas por meio da telemedicina, período correspondente ao pico da pandemia.

A modalidade vem aumentando e conquistando a sociedade da indústria 4.0 registrando resultados satisfatórios no setor pertinente aos profissionais das áreas envolvidos e pacientes em suas consultas.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro de Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), no ano de 2022, 33% dos médicos e 26% dos enfermeiros utilizaram os serviços de teleconsulta no Brasil, sendo um resultado surpreendente e inédito na pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos estabelecimentos de saúde brasileiros – TIC Saúde 2022.

A Lei nº 14.510/2022 ou Lei da Telessaúde sancionada pela Presidência da República em exercício em dezembro de 2022, possui como objetivo a regulamentação da prestação de serviços de saúde à distância por meio da prática conhecida como telessaúde no Brasil, viabilizada através do emprego dos recursos oriundos das tecnologias da informação e da comunicação, envolvendo outras áreas técnicas relacionadas para a garantia do seu funcionamento por meio de conexão segura que irão trafegar pacotes de dados e informações pertinentes aos pacientes. A marco regulatório da Lei é oriundo das experiências vivenciadas no cenário emergencial pandêmico, chamando atenção às autoridades da necessidade de utilização dos avanços das tecnologias na área de saúde.

Anteriormente, visando atender a demanda emergencial e dar prosseguimento à medicina do futuro, no dia 13 de dezembro de 2022, foi aprovado pela Câmara dos Deputados com alterações o Projeto de Lei (PL) nº 1998/2020 autorizando e disciplinando a utilização da prática da telessaúde em todo o território brasileiro. Visando a regularização de diretrizes na prestação de serviços remotos de saúde, além da alteração da Lei n° 8.080/1990 ou Lei Orgânica da Saúde, o PL aprovado revogou a Lei nº 13.989/2020, que autorizou a prática da utilização da telemedicina somente durante a pandemia. Assim que a Lei nº 13.989/2020 foi aprovada, houve um aumento significativo do número de atendimentos através da telemedicina, o que garantiu na época a acessibilidade de grande parte da população brasileira aos processos assistenciais pertinentes aos sistemas de saúde.

Segundo a SDB, com a prática da telemedicina no país, além da satisfação dos pacientes por ter seus problemas solucionados, muitas vidas foram salvas com o emprego das tecnologias das informações digitais na saúde.

Portanto, os serviços de telessaúde no Brasil tem gerado resultados surpreendentes para todo o setor, de maneira a padronizar o protocolo de atendimento, ampliação e acessibilidade à saúde para todos, otimização de processos, revisão de fluxos, discussão de casos clínicos, entre outros benefícios que garantem uma evolução contínua no que tange o atendimento ao paciente.

As instituições de saúde, precisam compreender que o mercado pertinente à saúde digital está dominando a nova era compreendida como a indústria 4.0 e tudo que a permeia, isso por proporcionar a utilização de recursos tecnológicos unidos à Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), Design Thinking, entre outros nas operações hospitalares, variando até os aplicativos móveis de saúde, dispositivos vestíveis de monitoramentos e conexões de telemedicina, tendo como principais aliados até o paciente, os dispositivos tecnológicos conectados à rede internet. Trata-se de um perfeito cenário que resulta em benefícios para as instituições e profissionais de saúde, tendo como destaque o aumento do bem-estar e vida mais saudável para o usuário final, ou seja, o paciente.





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