A Nortec Química, fabricante de insumos farmacêuticos ativos da América Latina, anunciou o investimento de R$ 30 milhões na expansão dos seus laboratórios de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e Controle de Qualidade (CQ). Além de ampliar o espaço e adquirir novos equipamentos, a empresa busca fortalecer sua cultura de inovação, aumentar a participação em pesquisas científicas e o desenvolvimento de processos para a indústria farmoquímica e farmacêutica.
O projeto de ampliação se iniciou em 2022, e deve ser concluído até o final de 2024. Para Marcelo Mansur, presidente da Nortec Química, este investimento é fundamental para que a empresa esteja preparada para as demandas do setor.
“A demanda por insumos e medicamentos tende a crescer nos próximos anos, principalmente com o envelhecimento da população. Até lá, é importante que o Brasil possua uma estrutura que comporte a sua necessidade de produção e consumo de fármacos”, diz o presidente.
A afirmação do executivo vai ao encontro do estudo desenvolvido pela Abifina (Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades), mostrando que o Brasil produz apenas 5% dos IFAs necessários para o país. Os outros 95% são importados de outros países como China e Índia.
Valor agregado e parcerias
A expansão dos laboratórios também visa fomentar a pesquisa nacional, valorizando a dedicação dos cientistas, de seus conhecimentos e habilidades na tomada de decisão, além de ser uma forma de investir na pesquisa brasileira.
“É comum vermos estudos que se iniciam no Brasil, mas terminam em laboratórios estrangeiros por falta de incentivo. Acreditamos que o investimento conjunto com o Governo Federal, instituições e a indústria possam ajudar no fomento à inovação e fortalecimento da pesquisa brasileira”, finaliza.
Um exemplo deste tipo de ação é a parceria técnica entre a Nortec Química e o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), firmado em junho de 2023. As instituições estudam o aprimoramento do benznidazol, único medicamento utilizado para o tratamento da doença de Chagas. O resultado da pesquisa pode trazer impactos para as pessoas que sofrem com os casos desta infecção.
Equipamentos
Dos quase R$ 30 milhões de reais do projeto, cerca de R$ 18 milhões serão investidos em equipamentos com tecnologias mais avançadas. Dentre eles estão: detectores de massas, espectrofotômetro, cromatógrafo de alto desempenho, câmara de estabilidade, entre outros.
Marcelo afirma que essa estrutura pode tornar a área de pesquisa e desenvolvimento mais competitiva no mercado e atrativa para os cientistas brasileiros. “Um espaço que oferece mais estrutura, tecnologia e investimentos também atrai novos talentos com alta qualificação”, pontua Mansur, que completa, “esses profissionais podem criar e introduzir novos produtos, soluções e tecnologias. São resultados que, contribuirão para o crescimento de toda a indústria”.