A revista Nature informa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou uma segunda vacina contra a malária destinada a proteger crianças contra essa doença, que matou 619 mil pessoas em 2021.
Pesquisadores afirmam que a vacina, conhecida como R21, é mais fácil de produzir do que a primeira vacina contra a malária aprovada, chamada RTS,S, e será mais barata.
A R21 atingiu 75% de eficácia na prevenção da doença em um teste realizado com 4.800 crianças que receberam três doses antes do pico sazonal de malária. Uma dose de reforço após 12 meses manteve a proteção. Os resultados do teste, conduzido em países da África, foram apresentados no final de setembro passado.
A nova vacina estará disponível em meados de 2024 a um custo entre US$ 2 e US$ 4 por dose; a RTS,S, que a OMS aprovou para uso em crianças em 2021, custa US$ 9,30 por dose.
A RTS,S foi administrada a mais de 1,7 milhão de crianças africanas desde 2019; no entanto, devido à oferta limitada, a vacina não pode atender à demanda para combater a doença, que mata, anualmente, mais de 260 mil crianças africanas com menos de 5 anos.
A nova vacina, uma forma modificada do RTS,S desenvolvida na Universidade de Oxford, no Reino Unido, será fabricada inicialmente na Índia, acreditando-se que será possível produzir mais de 100 milhões de doses por ano.
A R21 também é administrada em três doses, seguidas por uma dose de reforço 12 meses após a terceira aplicação.
Segundo a infectologista Mary Hamel, que lidera o Malaria Vaccine Implementation Programme da OMS, as duas vacinas têm eficácia semelhante e os dados disponíveis não permitem afirmar conclusivamente que uma é melhor do que a outra.
A possibilidade de se fabricar mais R21 do que RTS,S, ao menos em 2024, deve tornar mais eficaz a luta contra a doença, apesar de ainda existirem muitos obstáculos no caminho para um mundo livre de malária.