As diferentes iniciativas para a prevenção de doenças têm ganhado cada vez mais importância no campo da saúde. Agir antes que a enfermidade se instale e progrida, em vez de apenas curar seus sintomas, se provou ser fundamental para salvar vidas, melhorar a qualidade de atendimento de pacientes, facilitar a vida dos profissionais e também ampliar a produtividade das instituições de saúde. Essa mudança de perspectiva está levando as instituições a repensarem suas práticas e a adotarem abordagens mais focadas na promoção da saúde do paciente como um todo, o que pode levar a resultados mais efetivos e positivos a médio e longo prazo.
Nesse contexto, a análise preditiva na saúde tem o papel de conhecer o paciente e oferecer o que há de melhor, pensando em seu histórico e particularidades; e aqui a tecnologia desempenha um importante papel, auxiliando na prevenção, diagnóstico e tratamento das enfermidades, por meio da captação, integração e análise de dados dos pacientes.
A partir da observação das informações e tendências sobre cada paciente, as instituições conseguem prever, por exemplo, quais são as doenças que aquele indivíduo pode vir a desenvolver e quais as medidas necessárias para se precaver. Assim, a ideia é que o tratamento comece antes mesmo da consulta.
Os médicos já possuem o hábito de questionar o histórico de saúde de cada paciente. Mas, por meio da tecnologia é possível tornar essa triagem ainda mais detalhada, integrando dados coletados em vários momentos da vida do indivíduo – proporcionando inclusive um atendimento mais ágil e eficiente. Neste cenário, o uso dos wearables, dispositivos que monitoram remotamente as condições de saúde do paciente, tem ganhado força. E quando agregados com outras informações como testes genéticos, podem ser valiosos para um diagnóstico médico rápido e preciso.
Essa nova perspectiva de análise de dados promete revolucionar a medicina, auxiliando tanto a atuação dos médicos, como a gestão de clínicas, hospitais e operadoras de saúde. Ao conhecer bem o paciente, é possível reduzir custos com exames, consultas e, até mesmo, cirurgias que poderiam ser evitadas com o acompanhamento correto. E, diante do cenário desafiador atual no qual se encontra o setor, com elevados custos e alta inflação de equipamentos e materiais médicos, a redução da sinistralidade e melhora na rentabilidade é bastante importante para o bem-estar financeiro das instituições.
Contudo, para que a análise preditiva funcione de forma efetiva e que todos possam aproveitar seus benefícios ao máximo, é indispensável haver integração e unificação das informações dos pacientes por meio da interoperabilidade dos sistemas. Isso significa que vários softwares precisam estar conectados e, mais do que isso, tenham a capacidade de se comunicar. Com isso, os dados podem ser centralizados, agregando maior inteligência aos processos e fornecendo insumos para que gestores e médicos tomem as melhores decisões.
E nesse cenário, não temos como não falar da importância do investimento em tecnologia especializada para saúde, como sistemas de gestão que registrem as informações de seus clientes criando um banco de dados interno, sempre em conformidade com a Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD). Atualmente já existem no mercado soluções voltadas para operadoras de saúde com foco em análise preditiva, com ferramentas para mapear o perfil de risco da carteira de pacientes e criar planos de cuidado preventivo de maneira automatizada. E a inovação não deve parar por aí: a expectativa é de que nos próximos anos o avanço de tecnologias como IA, Big Data e IoT, promovam o desenvolvimento de novas soluções e funcionalidades voltadas para a análise preditiva na saúde.
Quando a instituição de saúde olha para o paciente em sua integralidade, mesmo antes de ele buscar por atendimento, todos saem ganhando, seja oferecendo um atendimento mais personalizado, apoiando a promoção da saúde da população ou otimizando a gestão das instituições do setor. E, para que este cenário se torne realidade, o investimento em tecnologia é fundamental para agregar inteligência à gestão da saúde – dos pacientes e das instituições.