O momento do diagnóstico de um câncer é um dos mais assustadores para o paciente e seus familiares. No entanto, a evolução de diversos métodos de tratamento estão trazendo maior eficácia e, principalmente, auxiliando no dia a dia de pacientes, possibilitando maior qualidade de vida. Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) apontam que até o fim da década haverá uma redução na mortalidade de tumores no Brasil. Em homens, a queda será de 12% e em mulheres de 4,6%.
No Hospital Santa Catarina – Paulista, em São Paulo - SP, a inovação nos métodos já pode ser observada. Nele, o tratamento é feito não só por oncologistas, mas por radiologistas, cirurgiões, psicólogos e outras especialidades, respeitando a individualidade de cada enfermo. Após as primeiras avaliações, o paciente é encaminhado para o profissional que permitirá o tratamento mais eficaz e mais seguro. A escolha é feita analisando diversos fatores como área tumoral, idade e condição de saúde do paciente, tipo de tumor e questões ambientais.
“Os efeitos colaterais são essencialmente diferentes do tratamento de câncer comparado a alguns anos atrás. Isso ocorre, pois hoje possuímos terapias mais específicas e que trazem inúmeras vantagens para os pacientes. Elas são mais precisas e menos agressivas ao ser humano. Desde a chegada ao hospital, o paciente é tratado de maneira personalizada e humanizada”, diz o coordenador de oncologia e oncologista clínico do Hospital Santa Catarina - Paulista, o Dr. Antonio Cavaleiro.
Para auxiliar nessa humanização, o Hospital Santa Catarina - Paulista celebra, em dezembro, um ano da inauguração do Centro de Oncologia e Infusão da instituição. Localizado na Avenida Paulista, o espaço conta com nove consultórios e 19 boxes de infusão, todos espelhados do teto ao chão, permitindo com que o paciente receba luz solar e esteja “dentro” de uma das vias mais famosas de São Paulo.
“O nosso propósito é tratar o paciente com a maior eficácia possível, mas principalmente manter ou melhorar a sua qualidade de vida durante o tratamento. Dependendo do caso, assinalamos o enfermo a radio e quimioterapia, cirurgia ou, até mesmo, aos cuidados paliativos. Sempre com foco no bem-estar e na humanização do paciente”, diz o Dr. Antonio Cavaleiro.
Algumas das opções hoje disponíveis para pacientes são a imunoterapia e a terapia celular. Dois métodos que trazem benefícios para os pacientes e auxiliam na melhora da qualidade de vida.
A imunoterapia utiliza o próprio sistema imunológico do paciente para combater o avanço do câncer. Para isso, os médicos utilizam medicamentos, e muitas vezes, as próprias células cancerígenas, menos agressivas, para estimular o corpo a desenvolver defesas mais eficazes contra certos tipos de tumores. O propósito dessa terapia é promover uma eliminação da doença de forma mais eficaz e com menor toxicidade para os pacientes.
Assim como a imunoterapia, na terapia celular também busca utilizar as próprias defesas do organismo no combate às células cancerígenas. Nesse modelo de tratamento, a equipe médica retém certas células de defesa, “fortalecem” no laboratório, as ensinando a eliminar os tumores, e recolocam no corpo. Com isso, elas potencializam a proteção natural do nosso sistema imunológico.
Segundo o Observatório de Oncologia, o Brasil realiza cerca de 10 mil cirurgias oncológicas todo ano. Utilizado em diversos momentos, mas, principalmente, nas etapas iniciais do desenvolvimento dos tumores. Ela também é utilizada em cuidados paliativos, para reduzir dor e desconforto, e de maneira profilática, eliminando o risco de desenvolvimento de cânceres (essa alternativa pode ser utilizada em pacientes com histórico familiar, mas precisa só ocorre após análise do corpo médico).
“Hoje é muito comum que pessoas que têm câncer vivam mais de 10 anos, e até bem mais. Então, em algum momento, os sintomas relacionados a essa doença podem necessitar de alguma terapia local, de algum tratamento local. A cirurgia segue sendo uma ótima opção de cuidado para quem vai ser tratado com intenção de cura”, afirma o Dr. Abner Barrozo, cirurgião oncológico do Hospital Santa Catarina - Paulista.
Nos últimos anos, uma nova tecnologia surgiu e se consolidou como mais uma das opções para pacientes e médicos. A cirurgia robótica traz consigo benefícios para os enfermos, que são submetidos a incisões menos invasivas. Possibilitando um menor tempo de recuperação e um retorno mais rápido às atividades diárias.
“A plataforma robótica permite que se faça com muita segurança e qualidade as mesmas operações que são feitas nas cirurgias abertas com a mesma taxa de cura. A sua grande vantagem é o retorno mais precoce para suas atividades, menor sangramento, cicatriz menor e, em algumas situações específicas, como por exemplo, no câncer de próstata, melhores resultados da função. No entanto, ela não substitui a cirurgia aberta. Ambas trazem benefícios e tem como objetivo a melhora na qualidade de vida dos pacientes”, declara o cirurgião oncológico do Hospital Santa Catarina - Paulista.
Entretanto, muitas dessas terapias hoje disponíveis no mercado ainda são de uso restrito para uma população com melhores condições financeiras. Por isso, alguns movimentos, como é o caso do Centro de Terapia Celular (CTC), da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto.
O grupo da USP espera, ao conseguir desenvolver os próprios mecanismos de fortalecimento celular no Brasil, baratear os custos envolvidos na produção dessas células mais eficazes. Atualmente, a tecnologia é muito restrita e, por isso, muito cara. A ideia dos pesquisadores é baratear o custo dessa opção de tratamento, permitindo que ela custe de 10 a 15% do valor atualmente praticado no mercado.
A jornada do paciente oncológico foi tema do painel do Hospital Santa Catarina - Paulista no 10º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, que aconteceu entre os dias 26 a 28 de setembro, em São Paulo. O evento é organizado pelo movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) que congrega representantes de diferentes setores voltados ao cuidado do paciente com câncer, como gestores de saúde, entidades médicas, hospitais, profissionais de saúde, pesquisadores, profissionais de imprensa, associações de pacientes e outros, comprometidos com a garantia do direito do paciente ao acesso universal e igualitário à saúde.
No painel, especialistas da instituição paulistana mostraram novas tecnologias, já em uso, que auxiliam no cotidiano das pessoas que estão passando por tratamentos. Além disso, os médicos apresentaram algumas das novidades que devem chegar ou difundir nos próximos anos no país como as cart-t cell e o uso da inteligência artificial.
Além do tratamento oncológico, o Hospital também investe em tratamentos inovadores de outras doenças e transtornos predominantes na população brasileira. É o caso da arritmia cardíaca, uma disfunção que afeta aproximadamente 20 milhões de brasileiros, e é uma das condições cardiológicas mais comuns no país.
Como opção de tratamento, muitos médicos optam pela ablação, procedimento feito por meio de cateteres, de forma minimamente invasiva. Esses cateteres aplicam na região do foco da arritmia uma energia que aquece ou resfria a área doente do coração responsável pelas arritmias.
Ainda pouco utilizada no Brasil, uma nova tecnologia permite que ablação seja feita com maior precisão pelo cardiologista, agregando mais segurança ao paciente. O Mapa Eletroanatômico com foco na Impedância local permite que o médico mapeie as células do coração do paciente e tenha mais certeza de que o procedimento foi efetivo. O dispositivo foi utilizado pela primeira vez na Rede Santa Catarina no mês de agosto no Hospital Santa Catarina – Paulista.
Com uma taxa de sucesso de 80%, a realização do procedimento utilizando o Mapa Eletroanatômico por Impedância já está disponível no rol das empresas de convênio de saúde. No entanto, nem todos os pacientes com arritmias estão aptos para esse procedimento. São analisadas as condições clínicas, como gravidade, idade, comorbidades, entre outros aspectos. Isso é feito para minimizar os riscos intrínsecos ao procedimento.