A mais recente edição do tradicional Café da Manhã da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), realizado na última terça-feira (05) em parceria com a Danone, buscou responder a seguinte pergunta: Será que estamos otimizando o cuidado nutricional em um mundo que está envelhecendo?
“O aumento da expectativa de vida foi uma conquista do século 20 que se tornou um desafio no século 21”, definiu Marina Russo, analista de Assuntos Médicos na Danone. Para ela, estamos vivendo mais, mas ainda de forma precária. “O próximo passo é garantir a qualidade de vida nesse período”, afirmou, e a nutrição é um fator relevante nesse processo.
Russo destacou que as necessidades nutricionais da população idosa são mais complexas e que isso é especialmente relevante para os hospitais, considerando as particularidades assistenciais desse grupo. “A internação, por exemplo, é uma das situações que mais impactam a aceitação alimentar”, informou.
A especialista apresentou um estudo que aponta a prevalência de 11% a 45% de desnutrição no idoso hospitalizado, e uma outra pesquisa com 20 mil pacientes de hospitais da Europa e Austrália revelando que 50% deles consomem menos da metade das refeições servidas, com consequente aumento de risco na mortalidade intra-hospitalar e nos três meses seguintes à alta.
“Nos casos de desnutrição ou risco dessa condição no idoso hospitalizado, existe o consenso de que é útil oferecer o Suplemento Nutricional Oral (SNO) para melhorar a ingestão e o peso corporal, e diminuir o risco de complicações e readmissão”, destacou Russo, ressaltando que tudo deve ser feito sob a orientação do nutricionista. “Também já observamos que a adesão ao SNO de baixo volume é significativamente maior”, acrescentou.
Além dos bons resultados assistenciais, a analista de Assuntos Médicos da Danone enfatizou os impactos financeiros da suplementação indicando redução do tempo de permanência no hospital e da prescrição de antibióticos, entre outros, tudo apoiado pela excelente receptividade dos pacientes ao SNO. “Os estudos revelam índices de satisfação e aceitação superiores a 90%”, afirmou.
Russo resume que o cuidado pode colaborar para controlar o risco hospitalar, diminuir as readmissões e reduzir os custos assistenciais como um todo. Dessa maneira, ela conclui, mais do que as unidades isoladamente, todo o setor deve estar interessado no SNO. “Cada vez mais temos que olhar para a suplementação como uma boa prática com impactos para o sistema assistencial, por isso, podemos discutir, por exemplo, a cobertura pelos planos de saúde”, finalizou.