Marcelo Franken, diretor de Comunicações da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e gerente médico de Cardiologia do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), é mais um palestrante confirmado na 5ª edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, que será realizado pela Associação Paulista de Medicina (APM) de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, na capital paulista.
Em sua participação no evento, o médico vai falar sobre as “Novas Ferramentas para Acompanhamento Remoto de Pacientes com Insuficiência Cardíaca”, assunto importante, pois as doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por 30,3% dos óbitos registrados no País anualmente.
Os principais desafios no atendimento aos pacientes com infarto e acidente vascular cerebral (AVC) – DCV mais comuns incluindo a hipertensão arterial – são o diagnóstico precoce e a instituição de tratamento imediato. Em locais onde não há especialistas, segundo Franken, a utilização da Telemedicina para consultoria através de cardiologistas ou neurologistas, guiando o diagnóstico e o tratamento das emergências, pode ser salvadora.
“A incidência de insuficiência cardíaca vem aumentando com o envelhecimento da população. A taxa de internações e reinternações nesses pacientes é elevada. Neste cenário, o monitoramento remoto se torna fundamental para evitar descompensação e consequente necessidade de internação hospitalar, ou procura à unidade de emergência”, destaca o cardiologista.
Mais tecnologia
Franken ainda ressalta que medidas já consagradas de monitoramento, como peso diário dos pacientes ou questionários de dispneia, já não parecem suficientes. Neste contexto, a utilização de tecnologia digital – que permita avaliar o potencial de descompensação e leve a intervenções precoces – é de grande importância.
“Por isso, quando nos referimos à incorporação de tecnologias, principalmente no cenário da Saúde, quanto mais falarmos a respeito do tema, melhor”, afirma.
O cardiologista ainda diz que é necessária uma mudança cultural dos pacientes, provedores de Saúde e pagadores, e é neste ponto que o Global Summit Telemedicine & Digital Health APM se torna fundamental.
“Será novamente (pela quinta vez) uma excelente oportunidade para debatermos o assunto de forma extensa e aprofundada. Será uma grande honra fazer parte deste importante evento”, salienta Franken.
Evolução digital
Tradicionalmente o campo da Saúde, na opinião do cardiologista, tende a demorar mais para incorporar os avanços relacionados à digitalização, mas, nos últimos anos, avanços muito significativos foram observados na Saúde Digital no mundo. Para ele, no Brasil, existem muitas barreiras regulatórias, entretanto, com a pandemia de Covid-19, houve avanço na incorporação dessas tecnologias.
“Com a pandemia de Covid-19, após anos de espera, obtivemos a regulamentação da Telemedicina no Brasil, o que permitiu a incorporação desta modalidade de atendimento no nosso dia a dia. Culturalmente, também a população brasileira tem se mostrado aberta a essas novas modalidades de cuidado. Obviamente, ainda existem questões relacionadas ao acesso à internet e proficiência na utilização de dispositivos, mas acredito que com o tempo este problema será cada vez menos significativo”, aposta Franken.
As novas tecnologias, para o cardiologista, são importantes, pois permitem o encurtamento de distâncias em um País de extensão continental como o Brasil.
“Ao mesmo tempo, em grandes centros, onde o deslocamento é tão difícil, as novas tecnologias também podem ser um fator facilitador. Além disso, novas formas de monitoramento remoto podem trazer mais segurança aos pacientes”, finaliza Franken.