MBAs incentivam negócios na área de alimentos orgânicos
Valor Econômico
13/02/2013

MBAs incentivam negócios na área de alimentos orgânicos

Por Alina Dizik | Do Financial Times

Após formar-se no Babson College, em 2011, concluindo um curso de MBA, Rachel Greenberger começou a trabalhar na escola de negócios. Combinando seu amor por comida com um "desejo de ver mudanças no sistema de alimentação", ela fundou o Food Sol na própria instituição. O instituto convida os estudantes para assistir palestras durante o almoço, ao mesmo tempo em que explica as oportunidades no empreendedorismo alimentício. Os alunos são incentivados a criar ou trabalhar em iniciativas sustentáveis envolvendo alimentos, um nicho ainda novo para a maioria. Já a conferência Food Days atrai empreendedores do ramo e chefs que são celebridades. "A percepção de que existe uma oportunidade real de mercado é recente", diz Rachel.

Muitos cursos de MBA estão transformando o empreendedorismo alimentício na próxima onda das escolas de negócios. Em anos recentes, os estudantes têm feito de tudo - da produção de adubo orgânico a partir de resíduos de alimentos à venda de comida orgânica para bebês. Outros estão estabelecendo incubadoras e clubes relacionados ao tema. "As pessoas estão ficando mais conscientes sobre o que ingerem. Isso cria oportunidades para empresários", diz Murray Low, diretor de empreendedorismo do Columbia Lang Center, em Nova York.

Após se formar pela Columbia Business School em maio passado, Krysia Zajonc fundou o Local Food Lab, uma incubadora focada no setor alimentício. Iniciativas desse tipo ajudam empresários - que antes seriam inseridos em startups de tecnologia - a encontrar uma rede especializada de empreendedores no setor alimentício, diz Krysia. Eles pagam US$ 2,5 mil para receber seis semanas de orientação enquanto trabalham para lançar sua empresa. Cerca de 15% dos participantes são ex-alunos de cursos de MBA.

Neste ano, a incubadora vai trabalhar com estudantes de MBA da Stanford Graduate School of Business, que funcionarão como mentores. "Como os fundadores de startup alimentícias muitas vezes têm experiência em atividades empresariais não convencionais, trabalharemos com eles no desenvolvimento do plano de negócios, testes de mercado e apresentações para vender ideias", diz Christine Su, a responsável pelo programa. De acordo com ela, existe ecossistema bastante maduro em torno do empreendedorismo tecnológico, mas segurança e sustentabilidade alimentar será uma tendência em todo o mundo.

A atenção de fundos que querem investir em negócios relacionados aos alimentos tem contribuído para o interesse de empreendedores provenientes das escolas de negócios, diz Robert Puro, cofundador da Seedstock, uma empresa sediada em Los Angeles que administra um site de agricultura sustentável. Pós-graduado no MBA da UCLA Anderson School of Management, ele diz que, no passado, o conceito de empresa sustentável era focado em energia e água, mas agora está abrangendo os alimentos. Para os alunos de MBA, isso representa menos ativismo social e mais oportunidade para criar valor e produzir lucros.

Em resposta, algumas escolas estão incrementando pesquisas acadêmicas na área. Na Saïd Business School, em Oxford, tem aumentado o interesse em questões de sustentabilidade relacionadas com alimentos, diz a professora Catherine Dolan. No ano passado, a Saïd e o departamento de antropologia constituíram o Oxford Food Governance Group, para realizar pesquisas e palestras sobre agricultura sustentável. Catherine afirma existir uma preocupação inclusive com questões que envolvem o comércio justo e a natureza da cadeia de suprimentos.

Já o IMD realizou um seminário sobre o futuro da alimentação em 2011, e passou a oferecer um curso de educação executiva sobre a incorporação de estratégias de agricultura sustentável nas empresas. O Instituto Indiano de Administração, em Ahmedabad, por sua vez, tem um programa de pós-graduação em gestão de agronegócios, focado em temas como alimentos, varejo e microfinanças.

Em seus programas de incubação, Krysia está usando casos reportados pela Harvard Business School sobre produtoras de alimentos orgânicos fundadas nos últimos três anos. Ela acredita que, no futuro, as escolas de negócios poderão fornecer mais resultados de pesquisas a empresários do setor. (Tradução de Sergio Blum)

 

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