Evento é sinônimo de acontecimento e de ação, como o deslocamento de pessoas a determinado local para assistir, participar ou palestrar sobre um acontecimento. Há milhões de anos, os primitivos humanos se reuniam para comemorar uma caça. Esta origem de encontros permanece até nossos dias.

Lembrando bem a história, as sociedades médicas fazem eventos para a troca de informações sobre as mais recentes novidades e atualizações. Os encontros maiores, como Congressos, informam sobre os resultados das mais recentes pesquisas, que podem ser usadas em benefício do ser humano. As menores, como Jornadas e Simpósios, mais como atualização de literatura. Porém, as informações se misturam nestes encontros.

Seguindo esta tradição, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) realiza, anualmente, um Congresso Nacional e quatro Jornadas Regionais intercaladas, abrangendo todas as regiões do território brasileiro. As Jornadas Centro-Oeste, Cone-Sul, Sudeste e Norte-Nordeste têm por objetivos reunir o maior número de reumatologistas do país para troca de informações científicas. Como nosso país é vasto, as patologias possuem incidências diferentes regionalmente, como exemplo a zika, doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que foi mais prevalente no Nordeste brasileiro do que em outras regiões.

Os eventos científicos promovem e incentivam os reumatologistas a pesquisarem as doenças mais prevalentes em seus estados, aprofundando dados genéticos, epidemiológicos e populacionais. E com publicações em revistas científicas, referenciam seus serviços e seus locais mundialmente.

O Congresso anual de reumatologia, normalmente, realizado em quatro dias intensivos de trabalhos, maior em quantidade de conferências, simultâneas, em seis a oito salas, debate os mais variados tipos de doenças reumáticas imunomediadas. As comissões oficiais de doenças da Sociedade Brasileira de Reumatologia – 40 comissões – organizam e definem a programação, coordenadas pela Comissão Científica da entidade, em que são contempladas todas as patologias incidentes de nossa especialidade.
 

Há também apresentações de trabalhos de pesquisas – básica ou clínica – que são apresentadas em forma de pôsteres, em que os autores ficam à disposição, em um período determinado, para esclarecer dúvidas e questionamentos.

A apresentação dos Consensos e Diretrizes, que norteiam as condutas, diagnósticos e tratamentos, são também feitas durante o congresso, facilitando e fornecendo segurança no acompanhamento dos pacientes.

Além disso, a entidade promove reuniões constantes com médicos residentes para discussões de casos clínicos, webinars com as várias comissões científicas, promovendo divulgações em todos os seus canais como site, mídias sociais – LinkedIn, Instagram, Facebook – reunindo informações necessárias aos associados e também para pacientes e público leigo.

Medicina de precisão

Uma das áreas mais promissoras dentro da Reumatologia, é a Medicina de Precisão, em que se alia dados convencionais utilizados para o diagnóstico e tratamento das doenças, ao perfil genético do paciente. A partir do conhecimento gerado através de registros eletrônicos de saúde, testes genéticos e análise de dados, a Medicina de Precisão permite uma maior assertividade no diagnóstico e no tratamento das doenças, atuando, portanto, de forma personalizada. Estudos recentes vêm sendo desenvolvidos no Lúpus Eritematoso Sistêmico, uma das principais doenças reumatológicas imunomediadas, com o objetivo de se definir perfis de pacientes para avaliar predição de atividade de doença, manifestações clínicas, manifestações laboratoriais e imunológicas além de resposta a medicamentos. Muitos desafios, entretanto, precisam ser superados para que o alcance da Medicina de Precisão seja atingido, como acessibilidade e custos.

*Marco Antônio Araújo da Rocha Loures é reumatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Nafice Araújo é reumatologista e presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR).