Saúde digital pode contribuir para amenizar reajustes anuais nos planos de saúde
28/07/2023

Em um país continental como o Brasil, a saúde digital impacta não só na questão de acesso, mas também nos custos financeiros das administradoras de saúde que reverberam nos usuários. A gestão de saúde populacional – que atua em toda jornada de cuidado, incluindo a prevenção de doenças – contribui para a diminuição da sinistralidade, impactando diretamente na qualidade de vida das pessoas, no índice de reajustes e, consequentemente, no equilíbrio com o SUS (Sistema Único de Saúde).

Claudio Tafla, diretor médico da Nilo Saúde, relembra que com os aumentos dos planos privados, muitos beneficiários, inviabilizados pelos reajustes de seus planos, voltarão a utilizar o SUS, que já está sobrecarregado.  “Corremos o risco de diminuir o acesso da população à saúde. Pensando na redução de custos e em viabilizar o atendimento de forma rápida e inteligente, muitas empresas já utilizam tecnologias para promover a gestão de saúde populacional, digitalmente, como a Nilo.”
 

Tafla explica que, durante 18 meses, beneficiários 50+ de um plano de saúde privado foram acompanhados por equipes de cuidado de saúde da Nilo, por meio de sua plataforma digital. “A Nilo possui uma solução digital que oferece uma jornada de saúde automatizada, customizada e online, via WhatsApp, que possibilita a gestão mais eficiente das linhas de cuidado dos pacientes. A plataforma apresenta agendamentos de consultas, teleconsultas, orientações, informações, que contribuem para o aumento do engajamento dos usuários, melhorando indicadores clínicos e de satisfação dos mesmos”, explica.
 

 “O resultado dessa gestão próxima e eficiente foi uma redução de 18% no sedentarismo e 45% de aumento na autopercepção de saúde dos pacientes que receberam atendimento online. Além da melhora na saúde do grupo analisado e, consequentemente, menos idas desnecessárias ao consultório médico/realização de exames e/ou internações, houve redução no sinistro, per capita, em 9,5%, com um ROI (retorno sobre investimento) de 262%, durante o período de 18 meses.” 

 Reajustes e seus impactos no bolso

Com a notícia da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) do reajuste máximo de 9,63% no preço dos planos de saúde individual e familiar, muitos se questionaram o porquê dos contratos coletivos, sejam empresariais ou por adesão, não seguirem a mesma correção. A diferenciação dos preços e formatos de reajuste estão na origem e registro do produto.

Os planos individuais ou familiares possuem, geralmente, um número menor de pessoas, concentrando maior risco atuarial, ou seja, maior possibilidade de eventos e custos por grupo de beneficiários.  Esses contratos são os únicos a terem seu teto de correção indicado pela ANS, no intuito de proteger os beneficiários de reajustes impeditivos para a continuidade da cobertura dos planos por parte de inadimplência dos beneficiários. 

O diretor médico da Nilo explica: “A ANS utiliza uma metodologia de cálculo, aplicada desde 2019, que combina a variação das despesas assistenciais com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) descontado o subitem plano de saúde, ou seja, o impacto deste ítem dentro da variação do IPCA, por isso é importante a receita das operadoras no período e seus gastos com eventos, pois esse cálculo é baseado na diferença das despesas assistenciais por beneficiário dos planos de saúde individuais de um ano para o outro.”
 

Tafla esclarece que já os planos coletivos, tanto empresariais, quanto por adesão, possuem livre negociação, mas geralmente são influenciados por sinistralidade, que é todo o custo empregado em utilização do plano, ou seja, consultas, exames, internações, etc., sobre toda a receita da operadora, para aquela determinada população. E esse nível de utilização foi fortemente impactado para menos durante a pandemia, o que gerou uma demanda reprimida que tem se evidenciado como aumento de utilização desde o segundo semestre de 2022. 
 

Dados do Caderno de Informações da ANS mostram que a sinistralidade do primeiro semestre de 2021 beirou os 70 a 80 % de forma geral. Já depois de 2022 tivemos um crescimento que tem chegado aos 90% de sinistralidade e até superado isso em algumas modalidades, o que é inviável para o sistema de saúde suplementar.

“Por isso, torna-se vital para o sistema que exista uma gestão e coordenação do cuidado, educação dos usuários e compromisso dos prestadores, para que mesmo em tempos de restrição de acesso (como a pandemia, por exemplo), possamos atuar, inclusive de forma digital, neste fator, e em questões de populações que moram em regiões com dificuldade de acesso a prestadores. Só assim estaremos fazendo Gestão de Saúde Populacional”, finaliza Tafla
 





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