Fernando Domingues tem um novo desafio, colocar de pé o seu terceiro negócio no mercado de saúde. O jovem empreendedor de 28 anos é o cofundador das startups Conexa Saúde, conhecida pela proposta de telemedicina, e da Cannect Life, plataforma digital para cannabis medicinal.
A nova operação é a Omni Saúde, um plano de medicamentos que as empresas podem oferecer aos seus funcionários como um benefício da mesma forma que acontece com planos de saúde e odontológico.
A startup, estruturada ao longo dos últimos seis meses, chega ao mercado com um cheque de R$ 5 milhões. A rodada seed foi liderada pela VEC Investments e acompanhada por executivos com passagens por empresas de saúde.
O projeto teve como inspiração a experiência de Domingues com a Cannect, um marketplace que criou em 2021 ao lado de Allan Paiotti, ex-diretor do Hospital Oswaldo Cruz. A healthtech conecta pacientes, médicos e fabricantes de produtos à base de cannabis medicinal e já recebeu mais de R$ 40 milhões em aportes.
"A gente começou a entender um pouco nestes dois anos como funcionava esse mundo de medicamentos e os gaps em planos de medicamentos e em planos de benefícios. Não foi algo que saiu do nada", afirma. Para lançar a Omni, o empreendedor repete o mesmo movimento que fez quando saiu da operação da Conexa Saúde. Ele mantém a sua participação do negócio, entra para o conselho e deixa a liderança com o sócio.
Sem nunca ter sentado nas cadeiras das salas de aula de medicina, o empreendedor conviveu desde muito pequeno com o setor de saúde por ser de uma família de médicos. Ele é filho de Romeo Cortês Domingues, co-presidente do conselho de administração da Dasa.
No novo negócio, Domingues tem ao lado como sócio Leopoldo Veras, profissional com mais de 25 anos de experiência em gestão de saúde e passagens por empresas como Bradesco Seguros, Qualicorp e ePharma.
Nem bem a startup estreou no mercado, e os dois já pensam nos próximos passos. A expectativa é abrir uma rodada série A no intervalo de 12 a 18 meses, captando recursos entre 5 milhões e 10 milhões de dólares. Para as contas darem certo, a empresa quer somar uma carteira com mais de 50 mil vidas ao longo dos próximos meses.
O primeiro cliente é o Grupo Trigo, a holding no comando de estabelecimentos como Gurumê, China In Box, Koni Store, LeBonton e Spoleto. A proposta da Omni Saúde é focada em grandes companhias, levando o benefício a empresas com mais de 1000 funcionários.
Assim como nos convênios médicos, as companhias escolhem uma modalidade entre as três disponíveis – genéricos tarjados; genéricos e marca tarjados; e todos os medicamentos - e fixam o valor que os funcionários podem usar mês a mês.
Os funcionários podem usar em qualquer farmácia do país e comprar os medicamentos prescritos tanto em lojas físicas quanto por canais digitais, a partir de um app que a startup promete para o início de julho.