Imagine a cena: em uma emergência, para garantir o salvamento e atendimento de pacientes, um hospital pede o reforço de bolsas de sangue e é prontamente atendido por outro que, em minutos, consegue transportar e reabastecer o estoque necessário. Tudo é feito por drones, garantindo que a encomenda chegue em segurança e no menor tempo possível. Parece ficção, mas é uma realidade que está em fase de testes em Israel. O projeto é liderado pelo hospital público Rambam Health Care Campus, localizado em Haifa, norte do país, e conta com drones desenvolvidos no Brasil.
A responsável pelo desenvolvimento dos drones é a empresa brasileira Speedbird Aero, que fabricou o equipamento com capacidade de carga de até 10 quilos. Sediada em Franca, interior de São Paulo, a empresa desenvolve toda tecnologia operacional necessária e ainda fabrica os Veículos Aéreos Não Tripulados – VANTs (UAVs, na sigla em inglês) para transporte e entrega de mercadorias para fins comerciais, industriais e de saúde, bem como drone-portos que fornecem a infraestrutura de suporte para esses veículos. A empresa foi a primeira a receber aprovação regulatória da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para executar entregas comerciais com drones, incluindo voos noturnos e voos que vão além da linha visual do piloto.
“Nosso objetivo é encontrar maneiras de integrar veículos aéreos não tripulados aos sistemas de resposta a emergências de Israel, permitindo uma entrega mais rápida e eficiente de suprimentos médicos essenciais, incluindo bolsas de sangue, para áreas remotas, de difícil acesso ou em situações de emergência”, destaca Amir Ben-Yosef, diretor da Divisão de Operações do Rambam HCC.
Para ele, “num futuro próximo, essa solução inovadora de drone fornecerá uma resposta real e imediata a eventos extremos com os quais nós, como centro de trauma, somos obrigados a lidar, ampliando consideravelmente as chances de vida”.
Apesar do projeto estar focado no transporte de sangue, ele tem sido visto como a porta de entrada para uma nova modalidade de atendimento de emergências. “Afinal, no futuro, os drones fornecerão uma rota adicional não apenas para bolsas de sangue, como também para outros suprimentos e até para a transferência de equipamentos entre centros médicos, sem depender de rotas movimentadas, levando a tempos de resposta mais rápidos e seguros. Tudo isso deve melhorar significativamente a resposta crítica para salvar vidas humanas”, afirma o diretor do hospital israelense.