De acordo com os dados da plataforma epharma, as unidades vendidas de antibióticos somadas de janeiro a abril deste ano tiveram um aumento de 108%, comparado ao mesmo período de 2022, quando o crescimento foi de 12%.
“Este dado nos traz um alerta de que o uso de antibióticos deve ser feito sempre com prescrição médica e acompanhado por um profissional da saúde para evitar a interrupção do tratamento e a utilização inadequada das doses do medicamento. A automedicação pode causar dependência, potencializar os sintomas e ainda criar resistência das bactérias aos antibióticos”, explica Bruna De Vivo, farmacêutica e diretora associada de marketing e produtos da epharma.
Especialistas em saúde alertam que o uso extensivo de antibióticos pode levar ao desenvolvimento de novas cepas de bactérias resistentes aos tratamentos existentes. Isso pode gerar complicações das doenças infecciosas e levar a internações hospitalares prolongadas, resultando no aumento dos custos de saúde. Além disso, bactérias resistentes a antibióticos podem se espalhar com facilidade e comprometer a segurança da saúde da população e do meio ambiente.
Para a Ana Carina Serfaty da Silva, infectologista do Hospital Geral de Carapicuíba, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, o aumento crescente do consumo de antimicrobianos de forma indiscriminada é preocupante porque a resistência de bactérias pelo uso inadequado de antibióticos contribuiria com aumento de taxa de morbimortalidade em decorrência da sepse.
Segundo a especialista, educar as pessoas para fazer uso racional do medicamento não é uma missão fácil. “Necessitamos do empenho de diversas esferas da sociedade para conseguirmos ter um excelente gerenciamento dos antimicrobianos consumidos”, alerta.