Com objetivo de apoiar na assertividade dos diagnósticos e proporcionar tratamentos mais personalizados, a Internet das Coisas Médicas, ou IoMT (sigla do inglês Internet of Medical Things), é a evolução da Internet das Coisas, ou IoT (também do inglês Internet of Things). Sua principal – e mais óbvia – aplicação é no setor de saúde, integrando dispositivos que auxiliam na eficácia da comunicação entre sistemas, digitalizando processos e compartilhando dados que otimizam a vida dos pacientes e dos profissionais de saúde. Um estudo da consultoria Mckinsey apontou que o valor econômico potencial que a IoT poderá gerar até 2030 está entre US$ 5,5 e US$ 12,6 trilhões. Desse número, a área da saúde responderia por pelo menos 10%.
No centro de todos os benefícios da IoMT está a coleta contínua de dados dos pacientes, para aplicar em modelos preditivos capazes de salvar vidas. Para Marcos Moraes, diretor da vertical de saúde da FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios, poder monitorar um paciente 24 horas por dia é uma das grandes vantagens do modelo, que acaba apoiando na decisão dos médicos para um diagnóstico mais assertivo por conta desse acompanhamento em tempo real, que visa qualidade de vida e longevidade dos pacientes.
“Esse acompanhamento de perto possibilita soluções de tratamentos 100% personalizados. No conceito de Saúde 5.0, podemos usar a IoMT para aprimorar os serviços prestados no segmento, ao lado de outras tecnologias como Big Data, inteligência artificial, machine learning e cloud computing. Juntas, elas trazem melhorias significativas para a jornada do paciente”, explica o executivo.
De acordo com a International Data Corporation (IDC), o monitoramento de dados em tempo real pode significar uma economia de até 30% do tempo dos profissionais de saúde.
Já são incontáveis os benefícios Internet das Coisas aplicada ao setor de saúde. Devido ao compartilhamento seguro de dados em tempo real, ela gera mais eficiência na prestação de serviços e produtos, além de melhorar a experiência do paciente e a precisão de informações fornecidas à equipe médica. Todos os dados são criptografados e tratados com a devida seriedade.
“A segurança dos dados contra acessos não autorizados é aprimorada, já que a IoMT usa criptografia, autenticação, controles de acesso, gestão de consentimentos e outras tecnologias de segurança avançadas. Isso garante a integridade das informações e reduz o risco de vazamento de dados sensíveis”, complementa Marcos.
No Brasil, empresas utilizando a IoMT têm ajudado a salvar vidas, como é o caso da vertical de saúde da FCamara, que olha para essa crescente de mercado há algum tempo. Segundo o médico Eric Thuler, PhD e pesquisador na Universidade da Pennsylvania, além de parceiro da companhia e especialista em cirurgia do sono, a IoMT é capaz de constatar problemas antes de eles provocarem sintomas mais sérios.
“Antes mesmo de um paciente crônico chegar a um estado grave, é possível identificar padrões nos sinais vitais que sugerem o desenvolvimento da degradação de sua saúde nos dias anteriores. Assim, quando se verifica uma alteração, o profissional da saúde pode se antecipar e intervir, buscando reverter a situação de forma preventiva”, detalha o pesquisador.
Para proporcionar o protagonismo nos movimentos futuristas às empresas parceiras, a FCamara desenvolveu uma iniciativa que utiliza da tecnologia IoMT e já é reconhecida pelos resultados obtidos. Junto a uma empresa de saúde, o grupo monitorou 27 pacientes com doenças crônicas por meio de smartwatches. Tais dispositivos eram conectados a um aplicativo, que enviava as informações coletadas em tempo real para uma nuvem segura, baseada na Lei Geral de Proteção de Dados. Isso tornou possível que a inteligência enviasse notificações caso houvesse vidas em situação de risco.
De acordo com Moraes, o objetivo da solução não era predizer os riscos à saúde por meio de tecnologias emergentes, mas sim oferecer ao médico o acompanhamento da degradação, criando a oportunidade de intervir de forma propositiva. Dentro de pouco tempo de estudo, a primeira degradação de uma paciente foi percebida: a variação no desvio de sua frequência cardíaca.
“A partir da notificação, o médico responsável solicitou o comparecimento da paciente na unidade e atuou de forma preventiva. Caso a degradação não tivesse sido identificada, esse caso não teria tido o mesmo desfecho, provando que os algoritmos preventivos podem ser efetivos”, conclui o executivo.