Mês de conscientização: 15% a 25% das metástases são no cérebro
15/05/2023

No maio cinza, mês de conscientização sobre o câncer no cérebro, a Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), ressalta os avanços dos tumores primários (originados no cérebro) e metastáticos (quando atingem o cérebro após terem surgido em outros órgãos, principalmente câncer de mama, pulmão e melanoma). Quando considerados todos os cânceres, os tumores cerebrais representam apenas 2% a 3% dos casos, mas respondem, segundo estudo de revisão, por cerca de 15% a 25% das metástases, que é o estágio mais agressivo da doença. Além disso, os tumores sólidos mais comuns na infância são os do sistema nervoso central (SNC).

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam também que cerca de 4% das mortes por câncer no Brasil são de pacientes com tumor no cérebro. Em muitos casos, o óbito é decorrente da falta de acesso ao tratamento. Considerando todos os tipos de câncer, a SBRT calcula que, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2022, 1,1 milhão de pessoas diagnosticadas não conseguiram radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), uma média de 73 mil pessoas não tratadas por ano neste período de 15 anos. Isso, segundo a SBRT, foi causa direta de 110 mil mortes.

De acordo com o médico radio-oncologista Paulo Lazaro de Moraes, membro da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) e titular da Radioterapia dos Hospitais BP e BP Mirante – Oncoclínicas, a radioterapia em tumores cerebrais é feita em sessões diárias que duram aproximadamente 15 minutos, a fim de cessar o crescimento local das células do tumor “Ela é muito utilizada para tratamentos em que a cirurgia não pode ser realizada devido às complicações inerentes ao procedimento”, explica Moraes.

 

Segundo o especialista, as doses de radiação no cérebro são determinadas a partir de padrões de segurança em que os benefícios sejam mais efetivos que os riscos de sequela. “Esses padrões vêm de estudos científicos que avaliam a dose necessária para controle de cada tipo de tumor cerebral. Normalmente, nas lesões primárias de sistema nervoso central, as aplicações são diárias, com duração de aproximadamente cinco a seis semanas”, conta.

Para tumores cerebrais mais avançados, a radioterapia é usada para controlar o crescimento do tumor e aliviar os sintomas. Ela também pode ser usada de forma isolada ou em combinação com outras terapias, como neurocirurgia ou quimioterapia. A administração da radioterapia é planejada conforme o tipo e estágio do câncer, localização do tumor e outras condições médicas do paciente.

A radioterapia externa é habitualmente realizada em uma aparelho chamado acelerador linear, e o tratamento é feito com radiação ionizante (Raios-x) com o paciente deitado. “Para garantir que a dose seja entregue de maneira eficiente e cuidadosa, utiliza-se uma máscara facial termoplástica para que não haja movimentação durante a sessão”, relata o médico.

Na radioterapia interna, também nomeada braquiterapia, o tumor recebe doses de radiação a uma distância curta, por meio do implante de fontes de radiação diretamente no tecido cerebral. A utilização de métodos atualizados a partir das descobertas científicas são chave para o sucesso do tratamento. “O planejamento da radioterapia ocorre a partir da consulta médica para avaliação do número de aplicações, além de exames de tomografia e ressonância magnética de crânio, para definição do volume que receberá radiação”, informa Moraes.

No mundo, os cânceres no cérebro/sistema nervoso central (SNC) ocupam a 19ª posição entre todos os tipos, tendo 308 mil casos diagnosticados em 2020, conforme a Organização Mundial de Saúde. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que houve, em 2022, cerca de 11,5 mil novos casos de câncer no sistema nervoso central.





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