Já ouviu falar em Franchising na área laboratorial?
Grupo Infinita, de medicina diagnóstica, encontrou no modelo de franquias a saída para crescer sem dependência
20/01/2015 - por Marcelo Vieira
Já ouviu falar em Franchising na área laboratorial?
Como pode uma empresa manter um projeto de expansão e crescimento mesmo diante da falta de recursos, e descartando a ideia de onerar-se em empréstimos ou vender parte do negócio para facilitar a entrada de capitais? O Grupo Infinita de medicina diagnóstica, com sede em Brasília (DF), encontrou uma resposta bastante inovadora para o quebra-cabeça: o modelo de franquias.
 
 
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Tudo começou em 2012, durante o planejamento estratégico para os dez anos seguintes. Embora tenha sido definida uma diretriz de expansão baseada em pesquisas favoráveis sobre as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, em que já possuía unidades, não fazia parte do desejo dos diretores permitir a entrada de novos sócios, principalmente bancos e fundos de investimento, como tem sido o modelo mais comum entre os grupos de medicina diagnóstica do País.

“Como já tínhamos processos bem definidos, percebemos que seria fácil replicá-los”, explica o CEO do Grupo Infinita, Paulo Bonadio Filho. Pensado em dois modelos (clínico e hospitalar), o projeto de franquias das unidades de diagnóstico por imagem baseou-se portanto no know-how do grupo.

Ao adotar um modelo de expansão baseado em franquiados – que aliás nem precisam ser profissionais médicos –, o Infinita toma particular cuidado com a qualidade dos serviços prestados. Os laudos dos exames continuam sob responsabilidade da matriz, pois só os médicos da Central de Laudos do Infinita podem assinar os resultados. Coleta e análise clínica ficam por conta da franquia. 

Assim, a marca é expandida de forma mais lenta, mas com qualidade. “Você tem um investidor, pessoa física e jurídica, que acredita e vai perpetuar o negócio”, explica Bonadio. 

FORMATAÇÃO E REQUISITOS
Uma consultoria especializada ajudou o Infinita a formatar o modelo que, somada à adequação necessária dos processos, consumiu cerca de R$ 200 mil. Segundo o CEO do grupo, o período de formulação, com a adequação às regras da Associação Brasileira de Franchising (ABF), não foi tão complexo, uma vez que os processos já estavam mapeados. 

Foram 10 meses entre as fases de formatação do modelo, negociação com fornecedores, elaboração dos instrumentos jurídicos e plano de divulgação e comercialização. 

O próximo passo, ou seja, as vendas, talvez represente um desafio ainda maior. Afinal, fazer com que terceiros entendam a proposta de uma franquia na área médica pode não ser muito fácil, ainda mais quando estão “acostumados com negócios de sanduíche e pão de queijo”. 

A primeira unidade do Infinita seguindo o modelo está em Sobradinho (DF). Após funcionar com sucesso por um ano (período exigido para aprovação do modelo pela ABF), ela tem servido para divulgação. “Estamos participando de várias feiras de franquia”, explica Bonadio. “A previsão é ter pelo menos uma franquia por mês em 2015, duas em 2016 e 2017.”
Os pré-requisitos do Infinita passam pela aprovação de crédito para equipamentos – que gira entre R$ 2,5 milhões e R$ 3 milhões via Finame (programa de financiamento de máquinas e equipamentos do BNDES) – e verificação de lisura dos possíveis parceiros.

São avaliados ainda o potencial do local em que a futura unidade será instalada, considerando população, concorrência, número de médicos ativos, de equipamentos de diagnóstico disponíveis, renda da população, dados de desenvolvimento econômico regional etc. 

E quanto ao retorno financeiro? “É todo baseado nos padrões das unidades [do Infinita] já em funcionamento”, explica Bonadio. A projeção de faturamento varia de 10% a 12% em 36 meses a até 100% em 18 meses, dependendo da relação entre conveniados e não conveniados na cidade.No entanto, segundo o CEO, o “potencial é ilimitado”. O plano estratégico considera cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, preferencialmente nas três regiões em que o grupo já atua. “Mais pra frente quem sabe até Sul e Sudeste”.
 
*Essa reportagem faz parte do estudo “Referências da Saúde 2014”, da revista Saúde Business. Para ler na íntegra a revista,CLIQUE AQUI
 
 




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