Falar em mais de 10 mil colaboradores, é falar em mais de 10 mil histórias, perfis, habilidades, personalidades, crenças, e por aí vai. Essa diversidade por si só já é um imenso desafio para manter os atributos que sustentam a posição de um grupo como o Fleury no mercado. Mas o que facilita essa imensa gestão de pessoas é ter o valor da companhia muito bem definido, pois as inúmeras ações desenvolvidas ao longo do tempo partem de um mesmo lugar. O recém empossado presidente do grupo, Carlos Marinelli, na companhia desde 2005, esclarece bem aonde as bases estão firmadas.
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Incluir diversidade é importante competência do líder
“Estamos todos interligados e somos interdependentes. Isso gera uma cumplicidade que ultrapassa os parâmetros rotineiros de comprometimento observado em outros setores. Enquanto empresa, temos a obrigação de buscar oferecer as melhores condições de trabalho e manter os profissionais mais competentes em nossos serviços, mas se não houver empatia e comprometimento entre todas as partes, o ciclo virtuoso da atração e retenção de talentos não se sustenta”, afirma Marinelli, lembrando que o segmento da Saúde acaba sendo mais sensível no quesito relacionamento entre colaborador e cliente, pois trata de um aspecto frágil para o ser humano.
Após observado que o número de absenteísmo e desligamentos aconteciam frequentemente com aqueles recém contratados ou com até um ano de casa, o Fleury resolveu ir além do abrangente treinamento admissional, que pode chegar a durar 60 dias, para propor uma efetiva aproximação com os colaboradores que completam 100 dias de casa em diversas regionais.
Equipes de operações e atendimento são o foco deste projeto, áreas com alta rotatividade e necessidade de contratação. Com baixíssimo investimento, apenas para custear alimentação, bebidas e simples infraestrutura, o cerne da iniciativa está no relacionamento entre os colaboradores e seus respectivos líderes, diretores, assim como com a equipe de recursos humanos.
“Eles são chamados para contar como estão se sentindo, para se conhecerem melhor, para falarem o que acham que pode ser melhorado. Tudo para se sentirem mais incluídos, valorizados e acolhidos”, enfatiza a gerente sênior de gestão de pessoas do Grupo Fleury, Rita Braghetti.
O encontro, que chega a ocorrer mensalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, também tem um clima de comemoração pela validação do término do prazo de experiência na empresa.
Idealizado em 2010 para a regional São Paulo, o evento tornou-se contínuo e foi implementado em outros estados. Os benefícios aferidos, por enquanto, são intangíveis, como a melhora do clima organizacional e consequentemente aumento na satisfação dos funcionários. Entretanto, os próximos passos, segundo Rita, serão encontrar formas de correlacionar a iniciativa com a taxa de absenteísmo e turnover, aplicar novas dinâmicas que propiciem o engajamento com o colaborador e, ainda, organizar o encontro não apenas nos 100 dias, mas também no aniversário de um ano de empresa.
“Mesmo sem dados tangíveis, as informações obtidas no encontro possibilitam melhor diagnóstico, favorecendo a implementação de ações necessárias”, conta a gerente.
De acordo com o Marinelli, esse projeto faz parte da cultura inclusiva do grupo, que reconhece a diversidade como diferencial competitivo. “O compartilhamento de valores colabora para a unidade do tecido organizacional. Isso não significa que os desafios não existam, mas que estamos atentos e empenhados em superá-los. Temos, inclusive, uma diretoria dedicada à Cultura Organizacional”, ressalta.
*Essa reportagem faz parte do estudo “Referências da Saúde 2014”, da revista Saúde Business. Para ler na íntegra, CLIQUE AQUI