A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) realizou mais um tradicional Café da Manhã na última terça-feira (25), que desta vez ficou em torno do tema Hospitais do futuro: quais instituições existirão daqui a 10 anos?. O evento foi realizado em parceria com a FCamara, um ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios e proporciona experiência inovadoras em diversos setores, inclusive na saúde.
Marcos Moraes, diretor de Saúde do Grupo FCamara, e Bruna Souza, estrategista digital parceira do Grupo FCamara, responderam à pergunta adiantando que, em uma década, a tendência será o hospital que vai até o paciente e não o contrário, como ocorre atualmente.
Souza destacou que, hoje, a assistência é baseada em um processo reativo que começa quando as pessoas percebem sintomas e muitas vezes já estão doentes. “Tudo depende da iniciativa do paciente”, afirmou. No entanto, ela explica, esse cenário está em transformação e caminha para uma realidade de atendimentos preventivos feitos majoritariamente em domicílio, com exames à distância, planos de cuidado personalizado, autogestão da saúde e supervisão médica permanente.
“O hospital do futuro será um hospital sem paredes e o cuidado hospitalar transcenderá estruturas físicas e trará um cuidado onipresente”, resumiu Moraes. Para ele, essa nova geração de serviços irá muito além da assistência presencial e vai promover a saúde das pessoas onde quer que elas estejam.
Nesse sentido, Souza apontou as principais ferramentas no processo de evolução. Ressaltou a telemedicina com todo o seu potencial para expandir o alcance do atendimento e tratamentos, junto com os wearables que complementam a estratégia permitindo monitoramento 24h com alertas de riscos e o cuidado onde quer que as pessoas estejam.
“Temos também a IA e modelos data driven para melhorar as decisões clínicas e obter diagnósticos mais precisos, além de aprimorar a utilização dos dados. E, um pouco mais distante, o metaverso que vai levar para outro patamar a experiência do paciente e a educação do profissional de saúde”, completou.
Em alguns lugares do mundo, este futuro que os especialistas mostraram está mais próximo. Os Emirados Árabes, por exemplo, já inauguram o primeiro hospital virtual completo no metaverso que permite ações futuristas, como visitar pacientes sem sair de casa. E o Hospital Mayo Clinic criou uma “fábrica de IA”, em que uma equipe multidisciplinar de engenheiros e profissionais de saúde desenvolve algoritmos no modelo de linha de produção.
Moraes esclareceu que o mercado brasileiro ainda está longe dessa realidade, mas que é necessário caminhar em direção a esses cases disruptivos. “Tem muita coisa que podemos fazer e vários bons exemplos de inovação que já estão rodando no país. É importante começar e focar nos nossos três principais desafios: aumentar a eficiência, melhor a experiência e fazer a interoperabilidade”, finalizou.