O InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP) é a primeira instituição na América do Sul a utilizar inteligência artificial (IA) em um procedimento de angioplastia como apoio para a desobstrução de artérias de pacientes. Os primeiros casos serão tratados na quinta-feira (16), por equipe de cardiologistas do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, em três pacientes com histórico de infarto e que precisavam passar por uma angioplastia.
A partir de uma plataforma de imagem de tomografia de coerência óptica (OCT) com o novo Software Ultreon 1.0, desenvolvido pela Abbott, empresa global de cuidados para a saúde, cardiologistas do InCor serão pioneiros no protocolo para tratar a obstrução de vasos e artérias coronárias de forma minimamente invasiva.
A angioplastia é o principal tratamento para infarto agudo do miocárdio e o método mais utilizado para desobstruir as artérias do coração em caso de angina (dor no peito). Entre os procedimentos minimamente invasivos registrados no instituto, a angioplastia é o segundo em maior volume, com cerca de 200 realizadas ao mês, atrás apenas de cateterismo.
“Esta tecnologia inovadora terá grande benefício clínico para o tratamento de nossos pacientes, diminuindo chances de intercorrências e a necessidade de uma nova intervenção”, ressalta o presidente do Conselho Diretor do InCor, Dr. Roberto Kalil Filho.
O InCor também será o primeiro centro de referência para treinamento de especialistas do Brasil e de outros países para uso da tecnologia, que participarão de procedimentos e aulas na instituição. “Além de estar na vanguarda da inovação com a incorporação e lançamento desta plataforma, o InCor se reafirma como hospital referência para formação e preparação de especialistas na prática médica”, ressalta o Dr. Alexandre Abizaid, diretor do Departamento de Cardiologia Intervencionista.
O procedimento consiste em colocar stents nas artérias bloqueadas (por gordura ou cálcio, por exemplo) para liberar o fluxo sanguíneo e evitar o risco de um novo infarto. De acordo com Dr. Carlos Campos, médico assistente do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do InCor e coordenador da incorporação da tecnologia na unidade, “esta integração de inteligência artificial a um procedimento minimamente invasivo vem para transformar e melhorar a cardiologia intervencionista e o tratamento a pacientes.”
O sistema de imagem combina a tomografia de coerência óptica (OCT) com a automação da inteligência artificial e do algoritmo para fornecer, em tempo real, dados e imagens mais aprimoradas e abrangentes da artéria que precisa ser desobstruída. Com isso, o profissional médico tem condições para tomar decisão sobre o melhor caminho para o tratamento, antecipar riscos e diminuir as chances de um novo procedimento.
“A inteligência artificial realiza uma análise automática das características da placa que está entupindo a artéria e isso nos permite planejar com muito mais precisão a estratégia e a qualidade do implante do stent. Para nós é como ver a perspectiva interna da artéria, como uma visão de microscópio”, explica Dr. Carlos Campos.
À medida que cardiologistas continuam a adotar a OCT e se distanciam de métodos tradicionais de imagem, como a angiografia, tecnologias emergentes como a de Ultreon são essenciais para determinar o melhor rumo de atendimento ao paciente. Dados recentes mostram que quando a OCT é combinada com o algoritmo MLD MAX da Abbott, um fluxo de trabalho padronizado, ajuda a orientar e otimizar as decisões de implante de stent e os médicos alteram sua estratégia de tratamento em 88% dos bloqueios de artérias coronárias.1
“O lançamento desta tecnologia no Brasil demonstra o compromisso da Abbott com a inovação contínua na comunidade vascular global por meio dos mais recentes dispositivos e tecnologias médicas”, diz Mara Rinaldi, Gerente Geral da Divisão Vascular da Abbott no Brasil.