Doação cobre mais de 70% dos gastos do Graacc
15/12/2014 - por Beth Koike | De São Paulo

O hospital Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc) consegue cobrir mais de 70% de seus custos com doações e fecha o balanço no azul. A maior parte dessa fatia é bancada por valores baixos - R$ 17, de pessoas físicas, e R$ 50, de empresas, em média. Alguns doadores contribuem todos os meses, mas em geral o desembolso é feito de duas a três vezes por ano.

Parece pouco, mas é o dinheiro desses doadores que custeia 40% dos gastos da instituição. Somando os recursos levantados com campanhas, como o McDia Feliz, o hospital paga cerca de 70% de suas despesas com doações fecha as contas com superávit.

Do orçamento de R$ 82 milhões da entidade neste ano, R$ 60 milhões foram pagos com recursos de doações e apenas R$ 22 milhões vieram do repasse do Sistema Único de Saúde (SUS) e convênios médicos. Mas 90% dos seus pacientes é do SUS e outros 10% têm plano de saúde.

"Nos inspiramos no modelo de captação da St. Jude Children's Research Hospital, que é referência nos Estados Unidos. No Graacc, profissionalizamos a área de captação em 2001 que hoje é formada por 150 pessoas. São todos funcionários e não voluntários", disse o oncologista pediátrico Sérgio Petrilli, superintendente médico e um dos fundadores do Graacc. A instituição conta com doações de 180 mil pessoas físicas e 20 mil empresas que contribuem por meio de pagamento de boletos, cartões de crédito e débito em conta.

O novo desafio do hospital, que atende 3 mil crianças e adolescentes com câncer por ano, é captar recursos por meio do imposto de renda devido das empresas. "Os empresários desconhecem que podem destinar o IR devido para projetos assistenciais", diz Petrilli.

Neste ano, a entidade arrecadou R$ 4 milhões por meio desse tipo de contribuição e a meta é chegar a R$ 9 milhões em 2016. "As empresas e bancos podem destinar até 9% do IR devido em projetos sociais e é possível doar para programas específicos. Há dois fundos, um municipal e outro nacional, que recebem esses recursos", explicou Tammy Allersdorfer, responsável pela área de captação da entidade. No fundo municipal (Funcad), por exemplo, a entidade tem três projetos que juntos somam R$ 22 milhões. Segundo Tammy, os bancos é que têm compreendido melhor o mecanismo e vem revertendo o imposto à entidade.

A gestão do Graacc é azeitada pelo empresário Sergio Amoroso, da empresa de papel e celulose Jari. Amoroso é presidente do conselho da entidade desde a sua fundação em 1991 e ajuda no trabalho de passar o chapéu entre os empresários. A obra do novo hospital do Graacc, por exemplo, demandou investimentos de R$ 32 milhões que foram angariados por meio de doações de empresas.

O hospital tem uma forte parceria com o Mc Donald's. Além do McDia Feliz, data em que toda a renda apurada com a venda do lanche Big Mac é revertida para a entidade, os pacientes e seus respectivos acompanhantes que residem fora de São Paulo ficam hospedados na Casa Ronald Mc Donald. Segundo a entidade, 49% dos seus pacientes residem em outras cidades. No St Jude, as crianças que residem fora do Tennessee, sede da instituição, também ficam na casa do Mc Donald's.

O Graacc também tem como doadores constantes a Droga Raia, Shopping Eldorado e a rede de lojas Casa & Construção.

 


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