A cirurgia ambulatorial é um recurso da saúde que visa unir menores custos à melhor recuperação do paciente, ou seja, nada mais é do que uma estratégia de cuidado focado em custo-benefício. Fábio Alves Soares, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Ambulatorial (SOBRACAM) esclarece que essa é uma das estratégias de desospitalização em saúde cujo foco está totalmente no atendimento ao paciente que necessita de uma intervenção cirúrgica ou tratamento clínico, mas que pode se recuperar de forma segura e assistida por equipes multiprofissionais, no conforto de seu domicílio.
Apesar de buscar facilitar a recuperação do paciente, o modelo não se restringe a procedimentos de baixa complexidade. “Na verdade, é possível ser atendido em alta complexidade também, mas que admitem a alta do paciente no mesmo dia, sem a necessidade de internação prolongada. Esse é um modelo que vem se expandindo nos últimos 50 anos nos principais sistemas de saúde do mundo, respondendo por até 80% de todos os procedimentos cirúrgicos potencialmente ambulatoriais em países como EUA, Reino Unido, Portugal e Noruega”, explica Soares, que também é cirurgião, coloproctologista e mestre em cirurgia.
A partir do segundo semestre, Brasília vai receber um novo empreendimento focado em saúde, o Neo Life, em um conceito descentralizado, 100% exclusivo para o setor de saúde. “Para atingir esses objetivos, a unidade ambulatorial será repleta de recursos cuidadosamente desenvolvidos, desde o projeto arquitetônico, passando por equipamentos de última geração e equipes multidisciplinares especializadas, com treinamento e foco nesse tipo de procedimento", explica Newton Quadros, responsável técnico pelo projeto do Neo Life em Brasília e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Ambulatorial (SOBRACAM).
Ainda segundo Newton, “investimentos em estruturas ambulatoriais exigem menores investimentos em CAPEX e resultam em redução dos custos, na ordem de 30%, para as operadoras de planos de saúde, comparando os mesmos procedimentos realizados em internação hospitalar convencional. O Brasil ainda está dando os primeiros passos na cirurgia ambulatorial”.
“Alguns riscos de todo procedimento cirúrgico realizado em um hospital também se aplicam aos casos ambulatoriais, como os de sangramento pós-operatório, que devem ser individualmente avaliados na fase de pré-operatório, de modo a serem minimizados”, esclarece Soares. Uma das grandes vantagens do modelo é a redução dos riscos relacionados à internação hospitalar, como menores incidências de eventos tromboembólicos (trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar), delírio e confusão mental em idosos, quedas e fraturas e, especialmente, infecções hospitalares.
Da mesma forma, há, em sua maioria, benefícios que são intrínsecos ao modelo de cirurgia ambulatorial. “Além da redução dos riscos relacionados às internações, como mencionado acima, há o grande benefício de possibilitar a recuperação pós-operatória imediata no conforto do domicílio do paciente. Essas vantagens são particularmente importantes nos extremos de idade, como pacientes idosos ou crianças. Além disso, trata-se de um modelo eficiente e que oferece redução dos custos de internações hospitalares e do uso das dispendiosas estruturas hospitalares auxiliares, oferecendo uma maior relação custo-benefício”, finaliza Soares.